Venezuela cogita datas diferentes para eleições para presidente e Congresso
CARACAS (Reuters) - O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela disse nesta sexta-feira que está cogitando realizar as eleições legislativas separadamente da votação presidencial agendada para 22 de abril, contradizendo a proposta do presidente Nicolás Maduro de unificar as duas consultas.
Nesta semana Maduro sugeriu antecipar as eleições para o Congresso, que só deveriam ocorrer em 2020, e realizá-las juntamente com o pleito presidencial, além das votações para as legislaturas estaduais e municipais.
"Neste momento não estamos preparados para realizar a eleição presidencial junto com outras eleições que são tecnicamente mais complicadas", disse a presidente da autoridade eleitoral, Tibisay Lucena, em uma transmissão televisionada. "O Conselho Nacional Eleitoral avaliará uma data posterior para as eleições parlamentares".
Em 2015 a oposição conquistou uma maioria ampla nas eleições legislativas, mas os aliados de Maduro na Suprema Corte local a privaram de muitos de seus poderes e reverteram sistematicamente todas as legislações que aprovou.
No ano passado Maduro encaminhou a instauração de uma Assembleia Constituinte, que na prática tem poderes ilimitados. Sua criação levou muitos países de todo o mundo a descreverem Maduro como um ditador, acusação que o líder refutou dizendo ser parte de uma campanha dos Estados Unidos contra si.
O ex-motorista de ônibus e líder sindical é altamente impopular devido a uma crise econômica debilitante que está privando milhões de pessoas de alimentação básica e atiçando um êxodo de imigrantes.
Os líderes opositores mais conhecidos estão ou impedidos de ocupar cargos públicos, ou presos por liderar protestos ou no exílio para evitar a prisão. A principal coalizão de oposição disse que boicotará as eleições, mas outros candidatos podem romper com ela e concorrer por conta própria.
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