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UE promete mais ações contra a Rússia devido a ataque a ex-espião no Reino Unido

23/03/2018 17h41

Por Noah Barkin e Alastair Macdonald

BRUXELAS (Reuters) - Estados-membros da União Europeia concordaram em uma cúpula realizada nesta sexta-feira em adotar medidas punitivas adicionais contra a Rússia devido a um ataque com um agente nervoso no Reino Unido, e Moscou acusou o bloco de se unir a uma campanha de ódio liderada por Londres contra seu país.

Moscou nega estar por trás do ataque ao ex-espião russo Sergei Skripal e sua filha, o primeiro caso conhecido de uso ofensivo de uma toxina nervosa na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Mas a chanceler alemã, Angela Merkel, disse que os indícios de culpa russa apresentados pela primeira-ministra britânica, Theresa May, "têm uma base muito sólida" e prometeu novas ações depois que líderes da UE concordaram em convocar o embaixador do bloco em Moscou na noite de quinta-feira.

"Alemanha e França concordam que medidas adicionais, além da convocação do embaixador, são necessárias", disse Merkel em uma coletiva de imprensa com o presidente francês, Emmanuel Macron.

Macron classificou o ataque como "inédito" e disse que a Europa deve reagir: "É uma agressão contra a segurança e a soberania de um aliado que hoje é membro da União Europeia. Isto exige uma reação. Isto é claro".

Como incentivo a May, a UE como um todo condenou o ataque e declarou na cúpula de Bruxelas que é "altamente provável" que Moscou seja responsável.

Na quinta-feira um juiz britânico disse que os Skripal podem ter sofrido danos cerebrais por causa do envenenamento. Um policial que foi hospitalizado depois de encontrá-los inconscientes no banco de um parque teve alta.

"Medidas adicionais são esperadas já para a segunda-feira em nível nacional", disse o anfitrião da cúpula, Donald Tusk, aos repórteres.

Os líderes da Polônia, da República Tcheca e dos três países bálticos – Letônia, Estônia e Lituânia – foram alguns dos que previram expulsões de diplomatas russos de suas capitais no futuro.

Mas Boyko Borissov, premiê da Bulgária, que ocupa a Presidência rotativa da UE, quer mais indícios para que a "alta probabilidade (de envolvimento da Rússia) se torne plena probabilidade".    

Nesta sexta-feira o Ministério das Relações Exteriores russo descreveu as alegações da UE como "infundadas" e acusou o bloco de rejeitar a cooperação com Moscou e se unir a "outra campanha anti-russa desencadeada por Londres e seus aliados estrangeiros".