Embaixador russo na ONU afirma que "não pode excluir" guerra entre Rússia e EUA
O embaixador russo na Organização das Nações Unidas (ONU), Vassily Nebenzia, pediu nesta quinta-feira aos Estados Unidos e seus aliados que se contenham sobre uma ação militar contra a Síria por causa de um ataque com armas químicas e disse que "não pode excluir" uma guerra entre os EUA e a Rússia.
Falando após uma reunião a portas fechadas do Conselho de Segurança da ONU solicitada pela Bolívia devido a ameaças de ação militar na Síria pelo presidente norte-americano, Donald Trump, Nebenzia afirmou que a situação é ainda mais perigosa porque há tropas russas na Síria.
"A prioridade imediata é evitar o perigo da guerra", disse ele a repórteres. "Esperamos que não haja nenhum ponto sem retorno."
Quando perguntado se estava se referindo a uma guerra entre os Estados Unidos e a Rússia, ele declarou: "Não podemos excluir nenhuma possibilidade, infelizmente, porque vimos mensagens vindas de Washington. Elas eram muito belicosas".
Trump disse que estava realizando reuniões nesta quinta-feira sobre a Síria e esperava tomar decisões "em breve".
A Rússia pediu uma reunião do Conselho de Segurança da ONU para sexta-feira sobre a Síria e que o secretário-geral da ONU, António Guterres, informe publicamente o órgão.
Em uma tentativa de evitar uma escalada nas tensões, a Suécia propôs na quinta-feira uma resolução do Conselho de Segurança, vista pela Reuters, que pedirá a Guterres para enviar uma equipe de desarmamento de alto nível para a Síria a fim de tratar "todas as questões pendentes sobre o uso de armas químicas".
Alguns diplomatas da ONU disseram que havia pouco interesse entre os 15 países membros do conselho de seguir a proposta.
Nebenzia agradeceu a Suécia por seus esforços, mas acrescentou: "Francamente, nas circunstâncias em que nos encontramos agora, essa não é uma prioridade imediata."
O conselho não aprovou na terça-feira três projetos de resolução sobre ataques com armas químicas na Síria. A Rússia vetou um texto dos EUA, enquanto duas resoluções redigidas pela Rússia não conseguiram obter um mínimo de nove votos para aprovação.
Investigadores da Organização para a Proibição de Armas Químicas estão viajando para a Síria para determinar se um gás tóxico foi usado na cidade de Douma, local do incidente de 7 de abril, e começará a trabalhar no sábado. Eles não são obrigados a atribuir culpas.
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