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Irã diz que não renegociará acordo nuclear e alerta contra mudanças

03/05/2018 13h00

Por Parisa Hafezi

ANCARA (Reuters) - O ministro do Exterior do Irã disse nesta quinta-feira que as demandas dos Estados Unidos para alterar seu acordo nuclear de 2015 com potências mundiais são inaceitáveis, no momento em que se aproxima do fim o prazo estabelecido pelo presidente norte-americano, Donald Trump, para europeus "consertarem" o acordo.

Trump alertou que, a menos que seus aliados europeus retifiquem as terríveis falhas no acordo internacional até 12 de maio, ele se recusará a estender o alívio das sanções dos EUA sobre a República Islâmica produtora de petróleo.

"O Irã não renegociará o que foi acordado anos atrás e foi implementado", disse o ministro do Exterior, Mohammad Javad Zarif, em uma mensagem por vídeo postada no Youtube.

Reino Unido, França e Alemanha continuam comprometidos ao acordo como ele é, mas agora, em esforços para manter Washington dentro dele, querem abrir discussões sobre o programa de mísseis balísticos do Irã, suas atividades nucleares após 2025 --quando importantes pontos do acordo expiram-- e seu papel em crises do Oriente Médio, como Síria e Iêmen.

Um assessor sênior do líder supremo iraniano, Ayatollah Ali Khamenei, também alertou europeus nesta quinta-feira sobre "revisar" o acordo nuclear, sob o qual o Irã limitou estritamente seu enriquecimento de urânio para ajudar a afastar temores de que isso poderia ser usado para produzir materiais de bomba atômica, e recebeu grandes alívios de sanções em troca.

"Mesmo se aliados dos EUA, especialmente os europeus, tentarem revisar o acordo... uma das nossas opções será sair dele", disse Ali Akbar Velayati, segundo a TV estatal.

Os signatários europeus do acordo vem tentando convencer Trump a salvar o pacto, feito sob seu antecessor Barack Obama. Eles argumentam que ele é crucial para evitar uma desestabilização na corrida armamentista do Oriente Médio e que o Irã tem cumprido seus termos, uma posição também adotada por avaliações de inteligência dos EUA e pela agência fiscalizadora nuclear da ONU.

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