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Tite quer margem de erro pequena e concentração alta no mata-mata

27/06/2018 19h24

(Reuters) - Classificado para a fase de mata-mata da Copa do Mundo após três partidas em que foi mostrando evolução, o Brasil precisa agora de uma margem de erro pequena e de um alto nível de concentração para ir avançando na Rússia, segundo o técnico Tite.

Mais relaxado do que em entrevistas anteriores, o treinador mostrou-se satisfeito com a vitória por 2 x 0 sobre a Sérvia, nesta quarta-feira, que garantiu a primeira colocação no Grupo E e um confronto contra o México nas oitavas de final.

Para Tite, a etapa eliminatória tem características diferentes da fase de grupos.

"Tem um caráter emocional muito forte. Se puder resumir: a margem de erro diminui muito, o nível de concentração é altíssimo, não se pode permitir menos do que isso. Erro zero não existe, mas diminuir essa possibilidade, isso é possível", afirmou o técnico em entrevista coletiva em Moscou.

Tite acredita que a equipe do Brasil atingiu a expectativa da comissão técnica, embora reconheça que se esperava muito mais depois da ótima campanha nas eliminatórias e de amistosos consistentes, incluindo as vitórias sobre Croácia e Áustria pouco antes do Mundial.

"A minha expectativa ela atingiu, dentro de um processo evolutivo. Criou-se uma expectativa até maior, mas não se atropela assim tão fácil", afirmou.

"Eu procuro desafiar os atletas a crescerem. Se eles atingirem determinado ponto, desafiar que eles atinjam um degrau a mais, individual e coletivo. Não sei onde essa equipe pode chegar", acrescentou.

A seleção brasileira fez contra a Sérvia seu melhor jogo na Rússia, após empate em 1 x 1 com a Suíça e vitória por 2 x 0 sobre a Costa Rica com gols marcados apenas nos acréscimos. Nesta quarta, Paulinho abriu o placar no primeiro tempo e Thiago Silva marcou de cabeça depois do intervalo.

Paulinho era um dos jogadores mais criticados depois das duas primeiras partidas, assim como Gabriel Jesus, que mais uma vez passou em branco e tem Firmino como sombra no banco de reservas.

Tite, no entanto, voltou a demonstrar pouca disposição de fazer mudanças na equipe, apesar de reconhecer que "dói" deixar Firmino fora do time titular. "Você tem que acreditar no processo de equipe, de construção", argumentou.

Mesmo fazendo boa partida, Paulinho, eleito o melhor em campo, foi substituído por Fernandinho no segundo tempo, num momento em que a Sérvia pressionava em busca do empate.

"Uma equipe é forte quando tem atletas importantes com características diferentes, e a necessidade do jogo pedia (a entrada de) Fernandinho, com articulação de passe, e aí conseguimos a retomada do jogo para que tivéssemos um volume, com uma atuação regular, com desempenho linear durante o jogo", disse Tite.

(Por Tatiana Ramil, em São Paulo)