Casa de caridade de Madre Teresa é acusada de vender bebês na Índia
Por Anuradha Nagaraj
CHENNAI, Índia (Thomson Reuters Foundation) - Autoridades da Índia informaram nesta quinta-feira que interditaram uma instituição administrada pela ordem religiosa de Madre Teresa de Calcutá e acusaram uma freira e outra pessoa de tráfico de bebês.
A casa localizada no Estado de Jharkhand, no leste indiano, é controlada pelas Missionárias da Caridade, ordem criada por Madre Teresa na Índia que acolhe mulheres grávidas solteiras.
"Eles disseram que ao menos de cinco a seis bebês foram vendidos a casais sem filhos", disse o policial Aman Kumar à Thomson Reuters Foundation em uma entrevista por telefone.
"Estamos investigando para ver como a operação era feita e quantas crianças mais foram entregues nos últimos anos."
As Missionárias da Caridade não responderam a pedidos de comentário.
Arti Kujur, chefe da Sociedade de Proteção às Crianças do Estado de Jharkhand, disse que a casa estava cobrando entre 40 mil rúpias (cerca de 600 dólares) e 100 mil rúpias por cada bebê, dependendo de quanto os casais sem filhos podiam pagar.
"Estávamos recebendo muitas queixas relacionadas ao funcionamento desta casa e estávamos observando-as atentamente há quase seis meses", disse.
As Missionárias da Caridade pararam de organizar adoções na Índia em 2015, dizendo discordar das regras governamentais que tornavam mais fácil para pessoas solteiras, divorciadas e separadas adotarem crianças.
Tem havido vários relatos de bebês e crianças sendo contrabandeados por meio de instituições de caridade e hospitais, o que ativistas dizem se dever a uma longa lista de espera para adoções.
A casa Nirmala Shishu Bhavan, administradas pelas Missionárias da Caridade em Ranchi, capital de Jharkhand, foi intimada a informar as autoridades a respeito de todos os bebês nascidos no local.
"Elas estavam vendendo mais bebês do que estavam entregando às autoridades", disse Baidnath Kumar, ativista de direitos infantis radicado em Ranchi que apresentou queixas contra a casa.
Kujur disse que sua organização sugeriu que as credenciais de todas as casas do Estado sejam verificadas.
"Ouvimos que bebês estão sendo vendidos em outras casas também, e estamos determinados a acabar com isso", afirmou.
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