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Novo presidente do Zimbábue toma posse, mas EUA criticam eleição

26/08/2018 12h06

Por MacDonald Dzirutwe

HARARE (Reuters) - O presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, pediu que o Zimbábue se una sob sua presidência, ao fazer o juramento de posse neste domingo, após uma eleição divisiva que, segundo os observadores dos Estados Unidos, colocou as credenciais democráticas do país em dúvida.

O Tribunal Constitucional confirmou Mnangagwa como presidente na sexta-feira, rejeitando um desafio de Nelson Chamisa, o homem a quem ele derrotou na votação de 30 de julho.

Milhares de zimbabuenos e líderes estrangeiros, incluindo Cyril Ramaphosa, da África do Sul, e Paul Kagame, de Ruanda, se reuniram no estádio nacional de Harare para a posse de domingo.

"Eu peço que tenhamos um compromisso coletivo de desenvolver nossa pátria. O que nos une é maior do que o que jamais poderia nos dividir", disse Mnangagwa aos participantes das eleições em seu discurso de posse.

Ele também reafirmou as promessas de campanha, de reviver a fragilizada economia do Zimbábue e liquidar dívidas pendentes com credores estrangeiros, e reiterou que organizaria uma investigação independente sobre uma repressão "lamentável e inaceitável" do exército após a votação em que seis pessoas morreram.

"Agora é a hora de todos nos unirmos como nação e desenvolvermos nossa economia", disse Mnangagwa. Na eleição, Mnangagwa chegou por pouco ao patamar de 50% dos votos de que precisava para evitar um segundo turno.

A votação foi apresentada como um passo crucial para eliminar a reputação de pária que o Zimbábue conquistou com o antecessor de Mnangagwa, Robert Mugabe, e assegurar o financiamento de doadores internacionais.

Mas horas antes da posse de Mnangagwa, o Instituto Republicano Internacional e o Instituto Nacional Democrático disseram que o país carecia de uma "cultura democrática tolerante", na qual os partidos políticos fossem tratados igualmente e que os cidadãos pudessem votar livremente.

A eleição foi maculada por lapsos processuais e seguida pela repressão contra os partidários da oposição, o que lembrou as táticas de segurança que marcaram o governo de Mugabe por 37 anos.

Esses eventos mancharam as promessas que Mnangagwa fez durante a campanha para romper com a corrupção e a má administração que se tornaram endêmicas sob Mugabe, que foi deposto em um golpe em novembro.