Topo

Trump se reunirá na 5ª-feira com vice-secretário de Justiça que supervisiona inquérito russo

24/09/2018 16h41

Por Karen Freifeld e Sarah N. Lynch

WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o vice-secretário de Justiça, Rod Rosenstein, que supervisiona a investigação do procurador especial sobre o papel da Rússia na eleição presidencial de 2016, se reunirão na quinta-feira para debater o futuro de Rosenstein.

"Vamos nos encontrar na Casa Branca e vamos determinar o que está acontecendo", disse Trump a repórteres nos bastidores da Assembleia Geral da ONU, após ter uma conversa com Rosenstein nesta segunda-feira. "Queremos ter transparência, queremos ter abertura e estou ansioso para me encontrar com Rod."

Uma fonte disse à Reuters que Rosenstein passou o final de semana refletindo se deve renunciar depois que uma reportagem da semana passada do New York Times informou que ele sugeriu gravar Trump em segredo em 2017.

A Casa Branca anunciou a reunião depois de uma série de reportagens conflitantes que especulavam se Rosenstein, alvo frequente da ira de Trump, deixará o cargo.

"A pedido do vice-secretário de Justiça, Rod Rosenstein, ele e o presidente Trump tiveram uma longa conversa para discutir as reportagens recentes", disse a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, no Twitter.

Ela disse que uma reunião ocorrerá na quinta-feira porque Trump estaria na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas nesta segunda-feira e terá encontros com líderes mundiais durante a semana.

O escândalo Rosenstein, provocado por notícias não confirmadas segundo as quais ele se demitiu verbalmente, ressalta a tensão crescente existente na Casa Branca por causa do inquérito do procurador especial Robert Mueller sobre o papel russo na eleição de 2016.

Muitos rumores de que Trump demitiria Rosenstein circularam a partir de sexta-feira, quando uma reportagem do NYT disse que em 2017 Rosenstein sugeriu que se gravasse o presidente em segredo e se recrutasse membros do gabinete para invocar uma emenda constitucional para retirá-lo do cargo.

O jornal informou que nenhuma das propostas vingou. Rosenstein refutou a reportagem, que disse ser "inexata e factualmente incorreta".

Pouco depois da reportagem Trump afirmou a apoiadores em um evento no Missouri que existe um "fedor persistente" no Departamento de Justiça e que "vamos nos livrar disso também".

A saída de Rosenstein faria muitos se perguntarem sobre o destino da investigação de Mueller e se Trump, que a classificou como uma "caça às bruxas", buscaria afastar o procurador especial.

O furor veio à tona só seis semanas antes das eleições parlamentares de 6 de novembro, e a demissão de Rosenstein poderia se tornar um tema político explosivo no momento em que os colegas republicanos de Trump tentam manter o controle do Congresso.