Coreia do Norte diz que continuação de sanções aprofunda desconfiança nos EUA
Por David Brunnstrom e Michelle Nichols
NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - O ministro de Relações Exteriores da Coreia do Norte, Ri Yong ho, disse neste sábado que a continuação de sanções contra Pyongyang estava aprofundando sua desconfiança nos Estados Unidos.
"Sem qualquer confiança nos EUA não haverá confiança em nossa segurança nacional e sob essas circunstâncias não há como nos desarmar unilateralmente em primeiro lugar", afirmou Ri, endereçando-se à reunião anual de líderes mundiais na Organização das Nações Unidas (ONU).
China e Rússia disseram que o Conselho de Segurança da ONU deveria recompensar Pyongyang pelos passos tomados após o encontro do presidente norte-americano, Donald Trump, com o líder norte-coreano, Kim Jong Un, em junho. Na ocasião, Kim prometeu trabalhar para desnuclearização.
"A percepção de que sanções podem nos deixar de joelhos é um sonho das pessoas que são ignorantes a nosso respeito. Mas o problema é que a continuação das sanções está aprofundando nossa desconfiança", afirmou Ri.
Contudo, o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse na quinta-feira ao Conselho de Segurança da ONU: "A aplicação das sanções do Conselho de Segurança devem continuar vigorosamente e sem falhas até que percebamos a completa e definitiva desnuclearização."
Ri observou que a Coreia do Norte adotou "significativas medidas de boa vontade, como interromper os testes nucleares e ICBM, desmantelando o local de testes de modo transparente e afirmando não transferir armas nucleares e tecnologia nuclear sob quaisquer circunstâncias."
"Contudo, não vemos qualquer resposta correspondente dos Estados Unidos", acrescentou ele.
O Conselho de Segurança da ONU elevou em decisão unânime as sanções desde 2006, em uma tentativa de cortar o financiamento para os programas de mísseis e armas de Pyongyang.
(Por David Brunnstrom, Michelle Nichols e Yara Bayoumy na ONU)
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