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Noiva de Khashoggi diz que sauditas são responsáveis por assassinato e critica resposta de Trump

29/10/2018 19h38

Por Guy Faulconbridge

LONDRES (Reuters) - A noiva do jornalista saudita Jamal Khashoggi disse que as autoridades sauditas estão por trás do assassinato dele, e que o reino deveria fornecer mais detalhes para que os responsáveis ​​sejam levados à Justiça.

A morte de Khashoggi -um colunista do Washington Post e crítico do governante de fato da Arábia Saudita, o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman- provocou indignação global e colocou o maior exportador de petróleo do mundo em crise.

Quando perguntada sobre quem foi o responsável pelo assassinato, Hatice Cengiz, a noiva do jornalista, disse à Reuters em turco: "Isso aconteceu dentro de uma missão diplomática saudita ... Em tais circunstâncias, as autoridades da Arábia Saudita são responsáveis ​​por isso", disse.

"Este incidente, este assassinato, ocorreu no consulado saudita", disse ela, com ajuda de um tradutor. "Então as autoridades sauditas provavelmente sabem como tal assassinato aconteceu", disse.

"Eles precisam explicar o que aconteceu."

O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que o príncipe Mohammed, que consolidou o controle sobre as agências de segurança e inteligência sauditas nos últimos três anos é responsável pela operação que levou à morte de Khashoggi.

Mais tarde, Cengiz disse a uma plateia que estava desapontada com a resposta de Trump ao assassinato, sugerindo que os laços comerciais dos EUA com Riad influenciaram sua abordagem ao caso.

Khashoggi, de 59 anos, entrou no consulado saudita em Istambul no dia 2 de outubro para obter a documentação necessária para o seu casamento com Cengiz, uma cidadã turca. Ele não saiu do consulado. Cengiz foi a primeira a levantar o alarme.

Questionada se ela considerava o príncipe herdeiro Mohammed ou a família real saudita responsável, ela disse: "Eu e meu governo gostaríamos que todos os responsáveis, desde a pessoa que deu essa ordem àqueles que a realizaram, fossem levados à Justiça e punidos pela lei internacional."

Cengiz disse que não foi contatada pelo príncipe Mohammed ou pela família real saudita.