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Mergulhadores encontram pedaços de corpos e ainda buscam caixas-pretas de avião que caiu no mar na Indonésia

Mergulhares e equipes de resgate trabalham para encontrar vítimas de queda de avião na Indonésia - Xinhua/Zulkarnain
Mergulhares e equipes de resgate trabalham para encontrar vítimas de queda de avião na Indonésia Imagem: Xinhua/Zulkarnain

Fathin Ungku e Yuddy Cahya

30/10/2018 08h33

Mergulhadores indonésios retomaram nesta terça-feira (30) a busca por um avião de passageiros que caiu com 189 pessoas a bordo, e "localizadores de pings" tentavam rastrear as caixas-pretas para descobrir por que um avião quase novo caiu no mar minutos após a decolagem.

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A Indonésia, um dos mercados da aviação que crescem mais rápido no mundo, tem um histórico considerável de acidentes aéreos. Como é quase certo que todos a bordo morreram, o acidente deve se tornar o segundo pior desastre aéreo do país.

As equipes de terra perderam contato com o voo JT610 da empresa de baixo custo Lion Air 13 minutos depois que o Boeing 737 MAX 8 decolou na manhã de segunda-feira do aeroporto da capital Jacarta rumo à cidade de Pangkal Pinang, sede de uma mineradora de estanho.

"Esperamos encontrar os destroços ou a fuselagem agora de manhã", disse Soerjanto Tjahjono, chefe do comitê de segurança dos transportes, à Reuters, acrescentando que "localizadores de pings" submarinos, incluindo equipamento de Cingapura, estão sendo usados para ajudar a encontrar as caixas-pretas da aeronave.

A prioridade é encontrar o gravador de voz da cabine e o gravador de dados do voo, que ajudarão a determinar a causa do desastre, disseram especialistas em segurança.

Embora os mergulhadores tenham interrompido as buscas de madrugada, embarcações com sonar e um drone submarino continuavam a procurar os destroços, onde se teme que muitas vítimas estejam presas, disseram autoridades.

Só fragmentos e partes de corpos foram encontrados no litoral de Karawang, ao leste de Jacarta.

Uma testemunha da Reuters a bordo de um barco no local da queda viu equipes de mergulhadores divididas em seis botes infláveis entrarem no mar ligeiramente agitado.

"A visibilidade não está boa, e está muito nublado", disse um agente das forças especiais, observando que a equipe de mergulhadores começou a trabalhar pouco depois do alvorecer a uma profundidade de 35 metros.

Imagens submarinas divulgadas pela agência nacional de busca e resgate mostraram uma visibilidade relativamente baixa. Ao todo 35 embarcações estão auxiliando as buscas.

Yusuf Latief, porta-voz da agência nacional de busca e resgate, disse na segunda-feira que encontrar sobreviventes "seria um milagre", julgando pelo estado dos fragmentos e partes de corpos recuperados.

30.out.2018 - Presidente da Indonésia, Joko Widodo, visita centro de operações onde destroços do avião e objetos recuperados do mar são depositados para inspeção - Adek Berry/AFP - Adek Berry/AFP
Presidente da Indonésia, Joko Widodo, visita centro de operações onde destroços do avião e objetos recuperados do mar são depositados para inspeção
Imagem: Adek Berry/AFP

Problemas técnicos

De acordo com uma autoridade do comitê nacional de segurança de transporte da Indonésia, o avião teve problemas técnicos em seu voo anterior, incluindo "velocidade de voo não confiável".

"Houve problemas técnicos, um deles foi de fato velocidade de voo não confiável", disse o vice-chefe do comitê, Haryo Satmiko, em entrevista coletiva, referindo-se a problemas com o avião durante voo de Denpasar, em Bali, para Jacarta, no domingo à noite.

"A causa do acidente ainda está sendo investigada e todos nós estamos curiosos para saber o que pode ter causado a queda", disse.

Ele disse que o comitê tem uma gravação da conversa entre o piloto do JT610 e a torre de controle em Jacarta antes do acidente, bem como informações do público, incluindo comentários em mídias sociais.

"Também estamos pedindo informações do último piloto que voou de Denpasar para Jacarta, mas não encontramos o técnico", acrescentou ele, referindo-se ao técnico que vistoriou a aeronave entre os dois voos.

(Reportagem adicional de Cindy Silviana, Agustinus Beo Da Costa, Fergus Jensen, Fransiska Nangoy, Jamie Freed em Cingapura e Tim Hepher em Hong Kong)