Pittsburgh enterra mais 3 vítimas de massacre; suspeito ouve novas acusações
Por Jessica Resnick-Ault e Chriss Swaney
PITTSBURGH (Reuters) - Procuradores federais apresentaram novas acusações contra o homem acusado de matar 11 judeus em uma sinagoga de Pittsburgh, de acordo com um indiciamento apresentado nesta quarta-feira, quando a cidade norte-americana enterrou mais três vítimas.
"Hoje começa o processo de busca de justiça para as vítimas desses atos odiosos", disse o procurador Scott Brady em um comunicado, acrescentando que seu gabinete "não poupará recursos" para isso.
Onze fiéis foram mortos a tiros por um homem que invadiu a sinagoga Árvore da Vida e abriu fogo em meio a brados antissemitas como "todos os judeus têm que morrer" na manhã de sábado.
O ataque, que se acredita ter sido o mais mortífero contra judeus nos Estados Unidos na história recente, provocou um debate político intenso sobre o nacionalismo branco e o antissemitismo às vésperas das eleições parlamentares da semana que vem.
Pessoas de luto se reuniram para os enterros de Melvin Wax, de 88 anos, que comandava os serviços do Sabbath quando o ataque começou, do corretor imobiliário aposentado Irving Younger, de 69 anos, e da pesquisadora universitária aposentada Joyce Fienberg, de 75 anos.
A tragédia continua reverberando no bairro de Squirrel Hill, onde a sinagoga está localizada.
Nas cafeterias, clientes conversavam sobre as vítimas que conheciam, relembrando-as como pessoas de consciência cívica, gentis e pilares da comunidade. Na rua, amigos se abraçavam e se consolavam no momento do sofrimento mais agudo.
Um grande júri aceitou 44 acusações contra o suspeito Robert Bowers, segundo os autos de um tribunal federal de Pittsburgh. Até então ele havia recebido 29 acusações.
Entre as novas acusações estão 11 de obstrução do livre exercício de crenças religiosas resultando em morte e várias outras relacionadas ao uso de uma arma para praticar violência antirreligiosa.
Os procuradores disseram que pedirão a pena de morte.
O ataque à sinagoga intensificou um debate nacional sobre a retórica do presidente republicano Donald Trump, que críticos dizem ter contribuído para uma onda de atividades de nacionalistas brancos e neonazistas. Seu governo nega que ele tem incentivado o extremismo de direita e diz que ele está tentando unificar o país.
Trump visitou a Árvore da Vida em meio aos primeiros funerais. Milhares protestaram contra a sua presença na cidade, acusando-o de usar uma retórica que atiçou o antissemitismo nos EUA.
Vários milhares de manifestantes de etnias e idades variadas realizaram um ato anti-Trump a cerca de um quarteirão de distância da sinagoga quando a visita começava, cantando salmos do Antigo Testamento e carregando cartazes com slogans como "Construímos pontes, não muros".
(Reportagem adicional de Brendan O'Brien e Bernie Woodall)
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