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Autoridade do Vaticano renuncia após acusação de abuso por ex-freira

29/01/2019 18h42

Por Philip Pullella

CIDADE DO VATICANO (Reuters) - Uma importante autoridade do Vaticano renunciou após a acusação de uma ex-freira de que teria sido pedido sexo uma década atrás enquanto ouvia sua confissão, em outro caso potencialmente embaraçoso de abuso para a Santa Sé.

O Vaticano disse na terça-feira que o padre Hermann Geissler, chefe da seção austríaca no escritório doutrinário do Vaticano, a Congregação para a Doutrina da Fé, apresentou sua renúncia, mas negou a acusação contra ele. O cardeal chefe da Congregação aceitou sua renúncia.

O caso surge em um momento em que mais freiras, encorajadas pelo movimento "MeToo", vêm se apresentando para descrever o abuso nas mãos de padres e bispos. No ano passado, uma entidade que representa mais de 500.000 freiras católicas encorajou seus membros a denunciar abusos.

"Pe. Geissler decidiu dar esse passo para limitar os danos já causados à Congregação e à sua comunidade (ordem religiosa)", disse o Vaticano em um comunicado. "Ele afirma que a acusação feita contra ele é falsa."

O comunicado do Vaticano disse que uma investigação da Igreja sobre o caso estava em andamento, mas não comentou as acusações feitas contra Geissler.

Não foi possível fazer contato com Geissler na terça-feira.

Doris Wagner, uma alemã que entrou em um convento aos 19 anos, fez sua acusação em uma conferência em novembro em Roma sobre dar uma voz maior às mulheres sobreviventes de abuso sexual clerical.