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Bolsonaro recua sobre mudança no teto de gastos e diz que ceder é abrir uma rachadura no casco

28.ago.2019 - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante cerimônia em comemoração ao Dia Nacional do Voluntariado, em Brasília  - Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo
28.ago.2019 - O presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante cerimônia em comemoração ao Dia Nacional do Voluntariado, em Brasília Imagem: Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo

05/09/2019 08h09

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira que seja preservado o teto de gastos públicos, afirmando que ceder nessa questão seria "abrir uma rachadura no casco do transatlântico", um dia após ter indicado apoio à flexibilização da medida.

"Temos que preservar a Emenda do Teto. Devemos, sim, reduzir despesas, combater fraudes e desperdícios. Ceder ao teto é abrir uma rachadura no casco do transatlântico", disse Bolsonaro em publicação no Twitter no início da manhã.

Na véspera, em entrevista na saída do Palácio da Alvorada, o presidente havia indicado que era favorável a mudanças na lei, aprovada em 2016 no governo do ex-presidente Michel Temer como uma medida de austeridade fiscal, uma vez que limita o crescimento das despesas públicas ao percentual da inflação do ano anterior.

"Temos um Orçamento, tem as despesas obrigatórias, estão subindo. Acho que daqui a dois ou três anos vai zerar as despesas discricionárias. É isso? Isso é uma questão de matemática, nem preciso responder para você, isso é matemática", disse Bolsonaro.

O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, chegou a afirmar na quarta-feira que Bolsonaro defendia uma mudança na lei do teto de gastos "porque se isso não for feito, nos próximos anos, a tendência é o governo ficar sem recursos para pagar despesas de manutenção da máquina pública".

(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.