Carolina Brígido

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Lula nomeia candidato de Pacheco e de ala do PT para vaga no TST

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomeou para a vaga de ministro do TST (Tribunal Superior do Trabalho) o advogado Antônio Fabrício de Matos Gonçalves, que recebeu o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Enquanto Lula tenta desarmar a pauta bomba no Congresso Nacional, nomear um advogado indicado por Pacheco trilha um caminho de distensionamento na relação do governo com os parlamentares.

Gonçalves também recebeu o apoio de setores do PT e do advogado Marco Aurélio de Carvalho, do grupo Prerrogativas. Outra apoiadora decisiva da candidatura foi a ministra do STJ (Superior Tribunal de Justiça) Daniela Teixeira, nomeada por Lula no ano passado. Ela foi consultada por integrantes do governo sobre a cadeira no TST e deu depoimento favorável a Gonçalves.

No último dia 22, o TST encaminhou ao Palácio do Planalto uma lista tríplice que contava também com o advogado Adriano Costa Avelino, candidato encampado pelo presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL); e com a advogada Roseline Morais, que recebeu o apoio de setores da esquerda.

Roseline poderia atender às demandas de mais mulheres na cúpula do Judiciário. Para a vaga de Rosa Weber, no STF (Supremo Tribunal Federal), Lula escolheu Flavio Dino. Existem hoje duas vagas deixadas por ministras aposentadas no STJ. Os mais cotados são homens.

Adriano Costa Avelino era o lado mais fraco da disputa. Em março de 2016, defendeu em uma rede social a punição com guilhotina a Lula e à ex-presidente Dilma Rousseff. O advogado também disse na ocasião que seria preciso cortar a língua dos dois para "pararem de latir".

Roseline Morais defende publicamente nas redes sociais causas caras à esquerda - como o combate ao trabalho análogo à escravidão e o combate à pedofilia, além da defesa dos direitos sociais. Na terça-feira, a deputada Benedita da Silva, coordenadora da bancada feminina na Câmara, enviou a Lula uma nota em apoio à nomeação da candidata.

A vaga no TST foi aberta no fim da gestão de Jair Bolsonaro, em outubro de 2022, com a aposentadoria do ministro Emmanoel Pereira. As disputas políticas adiaram a escolha do novo ocupante da cadeira. A escolha de Lula foi publicada na edição do Diário Oficial da União desta terça-feira (30).

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