Protestos pró-independência da Catalunha ocorrem perto do estádio do Barcelona antes de clássico
BARCELONA (Reuters) - Gritando "Independência" e "Libertem os presos políticos", milhares de manifestantes pró-independência da Catalunha se reuniram perto do Nou Camp, estádio do Barcelona, nesta quarta-feira, horas antes de a equipe enfrentar o Real Madrid no principal clássico do futebol espanhol.
Apesar de uma forte presença policial, alguns dos manifestantes bloquearam uma grande avenida que dá acesso ao estádio, interrompendo o trânsito.
O jogo pelo Campeonato Espanhol, conhecido como "El Clásico", estava inicialmente marcado para acontecer há dois meses. No entanto, foi adiado por causa de preocupações com a segurança em meio aos tumultos na Catalunha, rica região no nordeste da Espanha, depois que a Suprema Corte espanhola sentenciou em outubro líderes separatistas catalães a até 13 anos de prisão.
Os protestos desta quarta foram convocados pelo grupo catalão Tsunami Democrático, que se diz favorável a atos pacíficos de desobediência civil e cujos principais objetivos são levar a Espanha a negociar o direito da Catalunha à autodeterminação e conseguir a liberdade dos separatistas presos.
Muitos manifestantes carregavam faixas onde se liam "Espanha, sente para negociar" e a organização disse no Twitter que distribuirá 100 mil dessas faixas para os torcedores que assistirem à partida. O grupo também pediu aos torcedores que levem bexigas e escrevem nelas uma "mensagem para o mundo".
O Tsunami Democrático --que organizou protestos em massa no aeroporto de Barcelona em outubro e bloqueou uma importante rodovia-- disse que não pretende impedir a realização da partida.
Autoridades reuniram 3 mil membros das forças de segurança e de seguranças privados para garantir a realização do jogo, mas se recusaram a fazer comparações com o efetivo usado em outras edições do "El Clásico".
O governo central da Espanha enviou cerca de 500 membros da tropa de choque a Barcelona, mas eles só intervirão a pedido da polícia catalã, disse um porta-voz da polícia nacional.
(Reportagem de Joan Faus)
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