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EUA avaliam relatos de infecções por Covid-19 em laboratório de Wuhan antes da pandemia

24/05/2021 18h24

Por Mark Hosenball

WASHINGTON (Reuters) - Agências de Inteligência dos Estados Unidos estão examinando relatos de que pesquisadores em um laboratório de virologia ficaram gravemente adoecidos em 2019, um mês antes dos primeiros registros de casos da Covid-19, de acordo com fontes do governo dos EUA que alertaram que ainda não existem provas de que a doença tenha se originado no laboratório. 

Um relatório ainda confidencial de inteligência dos EUA que circulou durante o governo do ex-presidente Donald Trump alegava que os três pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan ficaram tão doentes em novembro de 2019 que buscaram atendimento hospitalar, afirmaram fontes familiarizadas com relatos e análises de inteligência dos EUA, em condição de anonimato.

Ainda não está claro se os pesquisadores foram hospitalizados, ou quais eram seus sintomas, segundo uma da fontes. O vírus apareceu pela primeira vez em Wuhan e se espalhou pelo mundo todo. 

"Não temos informações suficientes para tirar uma conclusão sobre as origens" do coronavírus, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca Jen Psaki em um pronunciamento nesta segunda-feira. "Precisamos de dados. Precisamos de uma investigação independente. E é exatamente isso que estamos pedindo."

Informações sobre os pesquisadores foram publicadas na edição do Wall Street Journal de domingo.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse na segunda-feira que é "completamente falso" que os três membros do Instituto de Virologia de Wuhan tenham adoecido.

A origem do vírus é altamente contestada. Em um relatório publicado em março, escrito em conjunto com cientistas chineses, uma equipe da Organização Mundial da Saúde que passou quatro semanas em Wuhan e arredores em janeiro e fevereiro diz que o vírus havia provavelmente sido transmitido de morcegos para humanos por meio de um outro animal, e que a "introdução por um incidente de laboratório era considerada uma hipótese altamente improvável".

A comunidade de inteligência dos EUA "não descarta nenhuma das teorias", disse uma fonte dos EUA. Relatos de inteligência sobre possíveis infecções em novembro entre os funcionários do Instituto de Wuhan "não podem ser dispensados" por pesquisadores dos EUA, acrescentou a fonte.