Bachelet quer visitar Xinjiang neste ano e diz que julgamentos de Hong Kong são teste crucial
Por Stephanie Nebehay
GENEBRA (Reuters) - A principal autoridade de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta segunda-feira que espera acertar os termos de uma visita à China neste ano, inclusive à região de Xinjiang, para investigar relatos de violações graves contra muçulmanos uigures.
Foi a primeira vez que Michelle Bachelet sugeriu publicamente uma data para sua visita, cujos termos seu escritório negocia desde setembro de 2018.
Bachelet é cada vez mais pressionada por países ocidentais para obter um acesso irrestrito a Xinjiang, onde ativistas dizem que mais de um milhão de uigures e outros muçulmanos turcomenos estão detidos em campos, alguns maltratados ou sujeitos a trabalhos forçados.
Pequim nega as acusações e descreve os campos como instalações de treinamento vocacional para combater o extremismo religioso.
"Continuo a debater com a China modalidades para uma visita, inclusive um acesso significativo, à Região Autônoma Uigur de Xinjiang, e espero que isto possa ser obtido neste ano, particularmente porque relatos de violações graves de direitos humanos continuam a emergir", disse Bachelet na abertura de uma sessão do Conselho de Direitos Humanos.
A Anistia Internacional e a Human Rights Watch emitiram relatórios neste ano que documentam práticas que disseram poder cumprir os critérios de crimes contra a humanidade perpetrados contra uigures de Xinjiang.
Bachelet também disse que a lei de segurança nacional imposta a Hong Kong um ano atrás teve um "impacto assustador" no espaço democrático e na mídia local, e que a prisão e acusação de 57 pessoas conforme a nova lei "será um teste importante da independência do Judiciário de Hong Kong".
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