Bolsonaro diz que caminhoneiros vão receber auxílio de R$400 para compensar alta do diesel
Por Ricardo Brito
BRASÍLIA (Reuters) -Em meio ao retorno de ameaças de greve de caminhoneiros em razão da alta dos combustíveis, o presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quinta-feira que o governo vai oferecer um auxílio de 400 reais a cerca de 750 mil caminhoneiros autônomos para compensar o aumento do preço do diesel.
Bolsonaro reconheceu que mais um aumento dos combustíveis é iminente, citando o valor do petróleo no mercado internacional e a cotação do dólar, que disparou nesta quinta-feira para o maior valor em 6 meses em relação ao real.
"Certamente teremos novos reajustes do combustível, como vou negar isso? Estamos buscando solução. Um auxílio de 400 reais para os caminhoneiros, que vai ficar abaixo de 4 bilhões de reais por ano, dentro do Orçamento", disse Bolsonaro em sua transmissão semanal ao vivo pelas redes sociais.
Mais cedo, ao discursar no evento de inauguração do Ramal do Agreste, no interior de Pernambuco, o presidente já havia anunciado que o governo teria uma medida para ajudar 750 mil caminhoneiros autônomos de forma a compensar o aumento do diesel
"Fazemos isso porque é através deles que as mercadorias e os alimentos chegam nos quatro cantos do país", justificou o presidente.
Segundo Bolsonaro, uma parte considerável do insumo consumido no Brasil é importada e o governo tem que pagar o preço cobrado no exterior.
Nesta quinta-feira, houve um movimento de caminhoneiros que transportam combustíveis, os "tanqueiros", para impedir a entrada de caminhões nas bases de abastecimento de combustíveis no Rio de Janeiro e em Minas Gerais.
As unidades fecharam as portas para evitar tumulto e depredações, afirmou em nota o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e de Lojas de Conveniência do Município do Rio de Janeiro. nL1N2RH2TF
O anúncio de Bolsonaro durante a tarde de mais uma despesa do governo acelerou a queda do Ibovespa, que fechou o dia no menor patamar desde 20 de novembro de 2020. A nova iniciativa ocorre no momento em que o mercado já vinha reagindo negativamente à possibilidade de o governo furar o teto de gastos para pagar o novo Bolsa Família.
Bolsonaro respondeu à queda da bolsa dizendo que o mercado ficou "nervosinho".
"Se vocês explodirem a economia do Brasil, pessoal do mercado, vocês serão prejudicados também", afirmou.
O presidente atribuiu a inflação dos combustíveis às consequências da política de isolamento social para conter a pandemia. Segundo ele, o "fique em casa" seria uma tentativa de quebrar a economia e tem cobrado um preço alto com a elevação dos preços.
No final de semana, três entidades nacionais de trabalhadores vinculados ao setor de transporte de cargas haviam anunciado decisão de decretar estado de greve e que início de greve nacional a partir de 1º de novembro se o governo federal não atender às reivindicações que remontam à paralisação dos caminhoneiros em 2018.
Entre as demandas, uma das principais é justamente o custo do combustível, reajustado para cima seguidas vezes nos últimos meses pela Petrobras. O preço médio do diesel no país acumula alta de mais de 50% neste ano.
(Reportagem adicional de Pedro Fonseca, no Rio de JaneiroEdição de Eduardo Simões e Maria Pia Palermo)
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