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Sindicato anuncia greve de médicos na cidade de São Paulo na quarta-feira

Vacinação contra a Covid-19 na UBS Santa Cecília, no centro de São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress
Vacinação contra a Covid-19 na UBS Santa Cecília, no centro de São Paulo Imagem: Danilo Verpa/Folhapress

Eduardo Simões

Da Reuters

14/01/2022 07h47

SÃO PAULO (Reuters) -O Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) anunciou na madrugada desta sexta-feira uma greve dos profissionais de atenção primária à saúde da rede pública da capital paulista na próxima quarta-feira, dia 19 de janeiro, em meio a uma disparada de casos de Covid-19 provocada pela variante Ômicron do coronavírus.

A categoria alega que os médicos estão sofrendo de exaustão diante da disparada da Covid e pelo afastamento de colegas contaminados pelo vírus. Os profissionais querem que a prefeitura contrate imediatamente mais equipes para o atendimento de síndromes gripais, desobrigue de comparecimento às unidades aos fins de semana e feriados e garanta condições mínimas de trabalho.

A decisão pela paralisação foi tomada pela categoria em assembleia com a presença de 150 profissionais realizada na quinta-feira.

"Eles solicitam à Prefeitura de São Paulo e à Secretaria Municipal de Saúde uma reunião com o Simesp, uma resposta para reestruturação das equipes desfalcadas e um plano de reposição dos profissionais afastados, com prazo até 17 de janeiro. Deste modo, poderão reavaliar a manutenção da paralisação no dia 19", afirmou o sindicato em nota.

A Secretaria Municipal de Saúde da capital paulista disse, em nota, que vê com "estranheza" o anúncio feito pelo sindicato e afirmou que tem mantido contato frequente com a representação da categoria e atendeu a várias das reivindicações feitas.

"Na última semana, o sindicato enviou para a SMS duas correspondências com reivindicações e boa parte delas foi atendida, com o pagamento de 50% do banco de horas extras, além do pagamento de horas extras na folha mensal. O mesmo ocorreu para os plantões extras dos servidores efetivos", disse a secretaria.

"Recentemente, a SMS contratou 280 novos profissionais e autorizou as Organizações Sociais de Saúde (OSSs) a contratar mais médicos e enfermeiros. Nesta quinta-feira, ficou acertada uma reunião entre o sindicato e o secretário municipal da Saúde, Edson Aparecido, para a próxima quarta-feira, às 16h. Na noite do mesmo dia, de forma surpreendente, a diretoria do sindicato comunicou a greve", acrescentou.

A pasta municipal disse ainda não ter sido a primeira vez que o Simesp anuncia uma greve em meio à pandemia de Covid-19. "Vale ressaltar que os médicos e profissionais da saúde foram responsáveis e ficaram ao lado da população."

(Reportagem de Eduardo SimõesEdição de Camila Moreira e Maria Pia Palermo)