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Manifestantes iranianos desafiam repressão com protestos nacionais

Protestos e greves em todo o Irã foram provocados pelo assassinato policial de Mahsa Amini - Reprodução/Twitter
Protestos e greves em todo o Irã foram provocados pelo assassinato policial de Mahsa Amini Imagem: Reprodução/Twitter

Reuters, Dubai

15/10/2022 14h01

Manifestantes em todo o Irã desafiaram neste sábado uma repressão que já dura um mês, disseram ativistas, gritando nas ruas e em universidades contra os líderes clérigos do país, em uma onda de raiva pela morte de Mahsa Amini.

Os protestos que tomam conta do Irã desde que Amini - uma mulher de 22 anos da região curda do país - morreu em 16 de setembro enquanto estava detida por "trajes impróprios" são um dos desafios mais sérios à República Islâmica desde a revolução de 1979.

Embora os protestos não pareçam próximos de derrubar o sistema, as manifestações se ampliaram para greves que fecharam lojas e negócios, tocaram no vital setor de energia e inspiraram atos descarados de dissidência contra o regime religioso do Irã.

Um vídeo publicado pela organização Iran Human Rights, sediada na Noruega, supostamente mostra protestos em Mashhad, no nordeste, a segunda cidade mais populosa do Irã, com manifestantes cantando "Caiam fora, clérigos" e motoristas buzinando.

Vídeos publicados pelo grupo mostraram uma greve de lojistas em Saqez - cidade natal de Amiri no noroeste - e garotas estudantes do ensino médio cantando "Mulher, Vida, Liberdade" nas ruas de Sanandaj, capital da província do Curdistão.

Protestos também foram relatados em Isfahan, região central do Irã, e no sudeste do país.

A Reuters não conseguiu verificar os vídeos de maneira independente. Serviços de telefone e internet no Irã têm sido frequentemente interrompidos ao longo do último mês, e a organização que supervisiona a internet, NetBlocks, relatou "uma nova grande interrupção" pouco antes dos protestos de sábado começarem.

Amiri morreu sob custódia após ser detida pela polícia da moralidade por violar regras religiosas rígidas que exigem que as mulheres se vistam recatadamente.