Candidatos à Presidência do Equador encerram campanha marcada por violência

Por Alexandra Valencia

QUITO (Reuters) -Os candidatos que disputam a presidência do Equador realizaram eventos de encerramento de campanha nesta quinta-feira, antes da votação no fim de semana em uma disputa prejudicada pelo assassinato do candidato Fernando Villavicencio, que se posicionava contra a corrupção. 

Mais de 13 milhões de equatorianos podem ir às urnas no domingo para eleger um substituto para o presidente conservador Guillermo Lasso, que convocou eleições antecipadas para interromper um processo de impeachment contra ele.

Os candidatos se comprometeram a combater o crime e melhorar a economia do país, que passa por dificuldades, em meio ao aumento acentuado da violência atribuída a traficantes de drogas e problemas como o desemprego, que aumentaram a migração.

A insegurança no Equador se tornou trágica na semana passada, quando Villavicencio, ex-jornalista investigativo e parlamentar, foi morto a tiros enquanto saía de um evento de campanha.

"O novo governo deve ser mais decidido e corajoso", disse Milton Oleas, de 67 anos, trabalhador da construção civil, que ainda não decidiu em quem votar. "O presidente não pode duvidar do que faz e deve ser valente na tomada de decisões."

Os candidatos, que reforçaram a segurança e mantiveram suas agendas limitadas desde o assassinato, estavam realizando comícios e outros eventos em todo o país.

A mídia local noticiou que tiros interromperam uma carreata do candidato Daniel Noboa em Durán, na província de Guayas. Mas a polícia nacional disse no X, a rede social anteriormente conhecida como Twitter, que nenhum ataque ocorreu.

Luisa González, protegida do ex-presidente Rafael Correa, liderava as pesquisas antes do assassinato de Villavicencio com cerca de 30% das intenções de voto. Não foram publicadas novas pesquisas desde então.

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Ela realizou um ato de encerramento na capital Quito, na quarta-feira, e tinha um grande evento planejado para Guayaquil nesta quinta-feira.

González prometeu usar 2,5 bilhões de dólares das reservas internacionais para sustentar a economia em dificuldades se for eleita e trazer de volta os programas sociais implementados por Correa -- que já foi condenado por corrupção -- durante seu período de uma década no poder.

"Mão firme contra o crime, contra a violência e contra as gangues criminosas, mas uma mão solidária e de amor ao nosso povo", disse González no comício de quarta-feira, no qual Correa participou remotamente do México. "Vamos assumir o controle do país. É hora de erguer a pátria com dignidade."

Um candidato precisa obter 50% dos votos, ou 40% se estiver 10 pontos à frente de seu rival mais próximo, para ser eleito no primeiro turno. Caso contrário, um segundo turno ocorrerá em 15 de outubro.

O candidato ambientalista indígena Yaku Perez, que ficou entre os cinco primeiros dos oito candidatos nas últimas pesquisas, prometeu um governo do povo durante uma manifestação matinal em Quito.

Os empresários Otto Sonnenholzner e Jan Topic planejaram comícios em Guayaquil, onde a violência é intensa, e ambos prometeram reativação econômica e segurança.

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O partido de Villavicencio tinha programado um memorial em Quito em homenagem ao candidato morto.

Seu substituto, Christian Zurita, cuja candidatura foi oficialmente aprovada pelo conselho eleitoral na noite de quarta-feira, prometeu equipar melhor a polícia e consagrar protocolos de inteligência para combater o crime, usando empréstimos internacionais para fortalecer programas sociais.

(Reportagem de Alexandra Valencia)

((Tradução Redação Rio de Janeiro))

REUTERS PF AC

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