Opositor de Putin, Navalny está em prisão "Lobo Polar", no Ártico

Por Guy Faulconbridge e Andrius Sytas

MOSCOU (Reuters) - O político da oposição russa Alexei Navalny, que está preso, foi rastreado até uma colônia penal no norte do Círculo Polar Ártico, afirmou sua porta-voz nesta segunda-feira, após apoiadores terem perdido contato com ele por mais de duas semanas.

Navalny foi rastreado até a colônia penal IK-3, em Kharp, cerca de 1.900 quilômetros a nordeste de Moscou, afirmou a porta-voz, Kira Yarmysh. O advogado do político conseguiu vê-lo nesta segunda, de acordo com a assessora.

“Esta prisão será muito pior do que a que ele estava anteriormente”, afirmou Yarmysh à Reuters TV em Vilnius, por meio de chamada de vídeo. “Eles estão tentando tornar a vida dele o mais insuportável possível.”

Aliados de Navalny, que esperavam que ele fosse transferido a uma colônia de “regime especial”, o grau mais duro do sistema prisional russo, disseram que ele não via seus advogados desde o dia 6 de dezembro, e emitiram assim um alerta sobre o que teria acontecido com ele.

A colônia, conhecida como “Lobo Polar”, é considerada uma das prisões mais estritas da Rússia. A maioria dos condenados que cumprem pena nela estão presos por crimes graves. Os invernos são severos, e as temperaturas devem cair para menos 28 graus Celsius na próxima semana.

O advogado de Navalny, Ivan Zhdanov, disse que os apoiadores do político de 47 anos enviaram 618 pedidos de informação sobre sua localização e sugeriu que autoridades russas queriam isolá-lo antes das eleições presidenciais de março.

Navalny afirma que foi preso por ser visto como uma ameaça pela elite política russa. Como preso, ele não pode concorrer na eleição. Ele nega todas as acusações das quais foi condenado e considera o sistema jurídico da Rússia como profundamente corrupto. A Rússia diz que ele é um criminoso condenado.

Os Estados Unidos saudaram o fato de Navalny ter sido localizado, mas continuam "profundamente preocupados" com o seu bem-estar, afirmou o Departamento de Estado, apelando à sua libertação imediata

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(Reportagem de Guy Faulconbridge em Moscou e Andrius Sytas em Vilnius)

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