EUA dizem que 'mudanças' são necessárias antes de retomar ajuda à agência da ONU em Gaza
A enviada dos Estados Unidos à Organização das Nações Unidas (ONU) disse nesta terça-feira que o governo norte-americanos precisará ver "mudanças fundamentais" antes de retomar seu financiamento à agência para refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), após acusações israelenses de que alguns funcionários da agência estiveram envolvidos no ataque de 7 de outubro do grupo islâmico palestino Hamas a Israel.
Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA junto às Nações Unidas, aprovou a decisão da ONU de conduzir uma investigação e uma revisão da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados Palestinos no Oriente Médio (UNRWA, na sigla em inglês).
"Precisamos olhar para a organização, como ela opera em Gaza, como administra seus funcionários e garantir que as pessoas que cometeram atos criminosos, como esses 12 indivíduos, sejam responsabilizados imediatamente para que a agência possa continuar o trabalho essencial que está fazendo", disse a diplomata.
As acusações israelenses levaram uma série de países a interromper o financiamento à agência. Um dossiê de inteligência de Israel, visto pela Reuters, inclui acusações de que alguns funcionários participaram de sequestros e assassinatos durante o ataque de 7 de outubro que desencadeou a guerra em Gaza.
O dossiê alega que aproximadamente 190 funcionários da agência também atuaram como militantes do Hamas e da Jihad Islâmica. Os palestinos acusaram Israel de falsificar informações para manchar a agência, que diz que demitiu alguns funcionários e está investigando as alegações.
Mais cedo nesta terça-feira, o Conselho de Segurança da ONU expressou preocupação com a "situação humanitária terrível e em rápida deterioração" na Faixa de Gaza e pediu que todas as partes envolvidas trabalhassem com o coordenador sênior de Ajuda Humanitária e Reconstrução de Gaza, Sigrid Kaag.
Kaag afirmou que não há substituto para o papel humanitário da Agência, que administra escolas, clínicas de saúde e outros serviços em Gaza, além de distribuir auxílio.