Eletrobras e fundo do BTG são destaques do leilão de transmissão, vencendo grandes lotes

Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - A Eletrobras e um fundo gerido pelo BTG Pactual foram os principais vencedores do leilão de transmissão de energia realizado pelo governo federal nesta quinta-feira, tendo arrematado os principais projetos ofertados e assumido compromissos de investimentos bilionários na construção de novas linhas e subestações pelo país.

O fundo Warehouse administrado pelo banco ganhou a disputa pelo maior empreendimento do certame, o lote 6, que prevê a construção de 951 quilômetros de linhas de transmissão entre os Estados da Bahia e Minas Gerais. O projeto deve exigir aportes de 3,4 bilhões de reais, com prazo para implantação de 66 meses.

O veículo do BTG também arrematou o lote 14, para construção de linhas de transmissão na Bahia, com 2,1 bilhões de reais em investimentos estimados, e o lote 4, projeto entre Rio Grande do Norte e Alagoas, com previsão de 990,51 milhões de reais em aportes.

A aposta firme do BTG no leilão, oferecendo descontos de no mínimo 30% pela receita dos projetos, mostra a atratividade do setor de transmissão de energia a investidores de perfil financeiro, que costumam buscar esses empreendimentos para garantir rendimentos estáveis no longo prazo.

Outra grande vencedora do certame foi a Eletrobras, que é a maior operadora de linhas de transmissão do Brasil, com mais de 73 mil quilômetros, ou quase 40% da rede elétrica nacional.

A companhia elétrica venceu o segundo maior lote do certame, que prevê 2,65 bilhões de reais em investimentos para construção de linhas entre os Estados de Ceará, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Piauí.

Também levou para casa os lotes 1, entre Ceará e Piauí, com 1,77 bilhão de reais em investimentos estimados; o 3, para construção de linhas e subestações no Ceará, com 983,4 milhões de reais em investimentos; e o 9, em Santa Catarina, com mais 190,61 milhões de reais em aportes.

Os ativos adquiridos pela Eletrobras nesta quinta-feira marcam um importante movimento de expansão dos negócios na transmissão de energia. A Eletrobras voltou com força para os leilões do segmento depois de sua privatização, em 2022, mas esse é o primeiro desde então no qual oferece lances competitivos o suficiente para vencer grande parte das disputas.

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A licitação também teve como ganhadoras as elétricas EDP, Energisa e Alupar, além dos grupos Brasiluz, Cox Brasil e o consórcio Paraná (Mega Energy, Enermais e Interalli).

BATERIA DE LEILÕES

O certame desta quinta-feira, que foi o primeiro deste ano para o setor de transmissão, ofertou ao todo 15 lotes, que devem exigir investimentos somados de 18,2 bilhões de reais.

O leilão encerra uma sequência de três grandes licitações realizadas desde o ano passado visando reforçar a capacidade de escoamento de energia renovável gerada principalmente na região Nordeste para centros de carga do Sudeste e Sul.

Este foi o segundo maior leilão de transmissão em volume de investimentos já realizado pelo Brasil, atrás apenas do de dezembro do ano passado, quando foi licitada a construção de um bipolo em corrente contínua.

A agência reguladora Aneel já tem programado mais um certame para este ano, previsto para setembro, quando deverão ser ofertados cinco lotes de linhas de transmissão, no total de 848 quilômetros, e 1.750 megavolt-ampères (MVA) em novas transformações. Somados, os projetos devem somar 4,06 bilhões de reais em aportes.

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(Por Letícia Fucuchima)

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