Homem morre após atear fogo em si mesmo do lado de fora do julgamento de Trump em NY

Por Luc Cohen e Jack Queen e Andy Sullivan

NOVA YORK (Reuters) - Um homem morreu depois de atear fogo em si mesmo na sexta-feira do lado de fora do tribunal de Nova York, onde estava ocorrendo o histórico julgamento de Donald Trump por acusações de suborno, especificamente no momento em que a seleção do júri era encerrada, mas as autoridades disseram que ele não parecia ter Trump como alvo.

O homem queimou por vários minutos, à vista das câmeras de televisão que estavam instaladas do lado de fora do tribunal, onde está sendo realizado o primeiro julgamento criminal de um ex-presidente dos EUA.

Um porta-voz da polícia de Nova York disse que o homem foi declarado morto durante a noite em um hospital. As autoridades haviam dito anteriormente que ele estava em estado crítico.

Testemunhas disseram que o homem, que estava na casa dos 30 anos, tirou panfletos de uma mochila e os jogou no ar antes de se encharcar com um líquido e atear fogo em si mesmo. Um desses panfletos incluía referências a "bilionários maus", mas as partes visíveis para uma testemunha da Reuters não mencionavam Trump.

A polícia de Nova York disse que o homem, identificado como Max Azzarello, de St. Augustine, Flórida, não parecia estar mirando Trump ou outros envolvidos no julgamento.

"No momento, estamos rotulando-o como uma espécie de teórico da conspiração, e vamos continuar a partir daí", disse Tarik Sheppard, vice-comissário de polícia, em uma coletiva de imprensa.

Em um manifesto online, um homem que usava o nome Max Azzarello disse que ateou fogo em si mesmo e pediu desculpas aos amigos, testemunhas e socorristas. A postagem alertava para "um golpe fascista apocalíptico" e criticava criptomoedas e políticos dos EUA, mas não destacava Trump em particular.

Um cheiro de fumaça permaneceu na praça do tribunal após o incidente, de acordo com uma testemunha da Reuters, e um policial usou um extintor de incêndio no chão. Uma mochila fumegante e uma lata de gasolina eram visíveis, segundo a testemunha.

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O tribunal do centro de Manhattan, fortemente vigiado pela polícia, atraiu uma multidão de manifestantes e espectadores na segunda-feira, o primeiro dia do julgamento, embora a multidão tenha diminuído desde então.

SELEÇÃO DO JÚRI CONCLUÍDA

O acontecimento chocante ocorreu logo após a seleção do júri para o julgamento ter sido concluída, abrindo caminho para que os promotores e advogados de defesa fizessem as declarações de abertura na próxima segunda-feira em um caso decorrente de suborno pago a uma estrela pornô. O tribunal foi suspenso no final da tarde.

Os 12 jurados, juntamente com seis suplentes, considerarão as provas em um julgamento inédito para determinar se um ex-presidente dos EUA é culpado de violar a lei. Os promotores pretendem chamar pelo menos 20 testemunhas, de acordo com a advogada de defesa de Trump, Susan Necheles. Trump pode testemunhar em seu próprio nome, em um movimento arriscado abriria espaço para um interrogatório.

O júri é composto por sete homens e cinco mulheres, em sua maioria empregados em profissões de colarinho branco: dois advogados corporativos, um engenheiro de software, um fonoaudiólogo e um professor de inglês.

A maioria dos jurados não é nativa de Nova York, vindo de todos os Estados Unidos e de países como Irlanda e Líbano. Os suplentes, que também ouvirão o caso, são mantidos em reserva para o caso de um dos jurados ter que se ausentar por motivo de doença ou outra causa.

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Trump é acusado de encobrir um pagamento de 130 mil dólares que seu então advogado Michael Cohen fez à estrela pornô Stormy Daniels antes da eleição de 2016 para manter silêncio sobre um encontro sexual que ela diz que tiveram uma década antes.

Trump se declarou inocente de 34 acusações de falsificação de registros comerciais apresentadas pelo promotor distrital de Manhattan, Alvin Bragg, e nega qualquer encontro com Daniels, cujo nome verdadeiro é Stephanie Clifford.

Trump também se declarou inocente em três outros casos criminais, mas esse é o único que certamente irá a julgamento antes da eleição de 5 de novembro, quando o político republicano pretende enfrentar novamente o presidente democrata Joe Biden.

Uma condenação não o impediria de exercer o cargo.

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