Membros da Otan vão reprimir espiões russos em resposta a sabotagem

Por Sabine Siebold

BRUXELAS (Reuters) - Os países membros da Otan devem tomar medidas mais duras contra espiões russos em resposta a uma campanha de atividades hostis de Moscou, que inclui atos de sabotagem e ataques cibernéticos, disse nesta quinta-feira o chefe da organização, Jens Stoltenberg.

Países como Polônia, Alemanha, Grã-Bretanha e República Checa relataram incidentes nas últimas semanas.

No fim de maio, os serviços de segurança poloneses prenderam um homem suspeito de tentar obter fotografias de veículos militares que atravessavam a fronteira para a Ucrânia, bem como três homens acusados ​​de cometer incêndio criminoso por ordem da inteligência russa.

A Polônia diz que seu papel como centro de abastecimento militar para a Ucrânia a transformou em um alvo para espiões russos, que tentam recolher informações sobre o apoio ao esforço de Kiev para repelir a invasão da Rússia, bem como se envolvem em atos de sabotagem.

Na Alemanha, militares relataram a descoberta de explosivos ligados a um oleoduto que atravessa o país.

Falando antes de uma reunião de dois dias dos ministros da defesa da Otan em Bruxelas, Stoltenberg disse aos repórteres que a aliança viu vários exemplos de sabotagem russa, incêndios criminosos, ataques cibernéticos e desinformação, com o número de incidentes aumentando nas últimas semanas e meses.

Ele disse ainda que a Otan viu um padrão de evolução nos ataques e que eles foram resultado da maior atividade da inteligência russa em toda a aliança.

Os ministros discutirão opções sobre como responder a esta “campanha russa de atividades hostis contra os aliados da Otan”, acrescentou, incluindo a proteção de infraestruturas marítimas e cibernéticas críticas e “restrições mais rigorosas ao pessoal de inteligência russo em toda a aliança”.

Continua após a publicidade

Em meio à escalada das tensões com a Rússia, os países da Otan expulsaram centenas de espiões e Moscou tomou medidas recíprocas como retaliação.

A Otan também expulsou o que chamou de “oficiais de inteligência russos não declarados” que trabalhavam na missão de Moscou na aliança em Bruxelas.

O ministro da Defesa da Letônia, Andris Spruds, acusou a Rússia de travar uma “guerra híbrida” contra a Otan.

“Vemos isso na LetÔnia, mas também em todos os países da Otan vemos esses incidentes potenciais”, disse ele em Bruxelas. "Lidamos com um país agressor que minou a ordem internacional baseada em regras. Suas atividades não são uma surpresa."

(Reportagem de Sabine Siebold e Bart Meijer)

Deixe seu comentário

Só para assinantes