Putin recebe chanceler norte-coreana durante celebração do "Dia da Unidade" russa

Por Mark Trevelyan e Alexander Marrow

(Reuters) - O presidente russo, Vladimir Putin, se encontrou com a ministra das Relações Exteriores da Coreia do Norte no Kremlin nesta segunda-feira em um momento de aumento das preocupações no Ocidente com a possibilidade de soldados norte-coreanos entrarem na guerra da Ucrânia para apoiar Moscou.

Um vídeo da reunião mostrou Putin e Choe Son Hui apertando as mãos por um minuto inteiro enquanto Putin saudava a diplomata norte-coreana.

Putin observou que eles estavam se encontrando no Dia da Unidade Nacional da Rússia, um feriado público, e Choe transmitiu “cordiais e sinceras saudações camaradas” da parte do líder norte-coreano, Kim Jong Un.

Os Estados Unidos afirmam que a Coreia do Norte enviou cerca de 10 mil soldados à Rússia, incluindo 8 mil para a região de Kursk, no oeste, onde a Rússia ainda luta para expulsar as tropas ucranianas que cruzaram a fronteira em agosto.

Putin, que assinou em junho um tratado com Kim que inclui uma cláusula de defesa mútua, não confirmou nem negou a presença de tropas norte-coreanas. Ele afirmou que a Rússia está livre para implementar o pacto conforme achar conveniente.

O líder russo fez uma alusão breve à situação militar em Kursk quando se encontrou com jovens voluntários mais cedo na segunda-feira, dizendo: "Quando o inimigo for expulso da região, haverá muito trabalho para vocês".

Em Kiev, o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Andrii Sybiha, disse que discutiu com sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, sobre a “necessidade de ação decisiva” em resposta ao envolvimento da Coreia do Norte na guerra na Ucrânia.

Ele declarou que tropas norte-coreanas estão travando "uma guerra agressiva na Europa contra um Estado europeu soberano".

Continua após a publicidade

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, pediu na semana passada aos aliados de Kiev que parem de apenas “observar” e comecem a agir para lidar com a presença de norte-coreanos.

Os Estados Unidos acusaram a Rússia e a China no Conselho de Segurança da ONU, nesta segunda-feira, de “protegerem descaradamente” e de encorajarem a Coreia do Norte a violar ainda mais as sanções das Nações Unidas.

Em Seul, a Coreia do Sul e a União Europeia condenaram conjuntamente as “transferências ilegais de armas” da Coreia do Norte para a Rússia para uso nos ataques à Ucrânia, e exigiram que o país retire suas tropas.

Choe está na Rússia há quase uma semana, tendo chegado à cidade portuária de Vladivostok, no extremo leste, na terça-feira passada, em sua segunda visita ao país em seis semanas.

Na última sexta-feira, Choe disse ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, que seus países desfrutam de uma “camaradagem militar invencível” e que a Coreia do Norte apoiaria a Rússia “até o dia da vitória” na Ucrânia.

Os EUA e a Coreia do Sul afirmam que a Coreia do Norte enviou mísseis balísticos, foguetes antitanque e milhões de munições para que a Rússia usasse contra a Ucrânia. Moscou e Pyongyang negaram as transferências de armas.

Continua após a publicidade

(Reportagem de Alexander Marrow e Mark Trevelyan em Londres, Yuliia Dysa em Gdansk, Michelle Nichols em Washington e Hyunsu Yim e Hyunjoo Jin em Seul)

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.