Falsas ameaças de bomba ligadas à Rússia têm como alvo locais de votação em diversos Estados, diz FBI
Por Tim Reid e Sarah N. Lynch
ATLANTA (Reuters) - Ameaças falsas de bomba que, em muitos casos, aparentam originar-se de domínios de e-mail russos tiveram como alvo locais de votação em vários Estados dos EUA nesta terça-feira, disse o FBI.
"Até agora, nenhuma das ameaças foi considerada com credibilidade", disse o FBI em comunicado, acrescentando que a integridade eleitoral está entre as maiores prioridades do órgão.
Pelo menos dois locais de votação no Estado crucial da Geórgia foram brevemente esvaziados na terça-feira após falsas ameaças de bomba.
Esses dois locais, no Condado de Fulton, reabriram após cerca de 30 minutos, disseram as autoridades, e o condado está buscando uma ordem judicial para estender o horário de votação além do limite estadual das 19h.
O secretário de Estado republicano da Geórgia, Brad Raffensperger, culpou a interferência russa pelas falsas ameaças de bomba no dia das eleições.
"Eles estão aprontando, parece. Eles não querem que tenhamos uma eleição limpa, justa e precisa, e se puderem nos fazer lutar entre nós, podem ver nisso uma vitória", disse Raffensperger a jornalistas.
A embaixada russa em Washington não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
O FBI não especificou quais Estados receberam as ameaças, embora um oficial tenha dito à Reuters que apenas a Geórgia recebeu mais de duas dezenas, a maioria no Condado de Fulton.
Um alto funcionário do gabinete de Raffensperger, que falou sob condição de anonimato, disse que as falsas ameaças de bomba na Geórgia foram enviadas de endereços de e-mail que haviam sido usados anteriormente por russos tentando interferir nas eleições nos EUA.
As ameaças foram enviadas para a mídia dos EUA e para os dois locais de votação, disse o funcionário.
"É provável que venham da Rússia", afirmou o funcionário.
A vice-presidente democrata Kamala Harris e o ex-presidente republicano Donald Trump estão em uma disputa acirrada pela Casa Branca. Pesquisas de opinião sugerem que a corrida está indefinida.
As falsas ameaças de bomba são o mais recente exemplo de uma série de supostas interferências russas nas eleições de 2024.
(Reportagem de Tim Reid e Rich McKay em Atlanta e Sarah N. Lynch em Washington)
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