Israel planeja dobrar a população no Golã ocupado e cita ameaças da Síria

Por Howard Goller

JERUSALÉM (Reuters) - Israel concordou neste domingo em duplicar sua população nas Colinas de Golã ocupadas, ao mesmo tempo em que afirmou que as ameaças da Síria permaneciam apesar do tom moderado dos líderes rebeldes que depuseram o presidente Bashar al-Assad há uma semana.

"Fortalecer o Golã é fortalecer o Estado de Israel, e é especialmente importante neste momento. Vamos mantê-lo e fazer com que ele floresça e se estabeleça", disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu em comunicado.

Na Guerra dos Seus Dias de 1967, Israel capturou a maior parte do planalto estratégico da Síria e o anexou em 1981.

Em 2019, o então presidente Donald Trump declarou o apoio dos Estados Unidos à soberania israelense sobre o Golã, mas a anexação não foi reconhecida pela maioria dos países. A Síria exige a retirada de Israel, que se recusa alegando preocupações de segurança. Vários esforços de paz falharam.

“Os riscos para o país não desapareceram e os últimos acontecimentos na Síria aumentam a força da ameaça – apesar da imagem moderada que os líderes rebeldes afirmam apresentar”, disse o ministro da Defesa, Israel Katz, a autoridades que avaliam o orçamento de defesa de Israel, de acordo com um relatório.

O gabinete de Netanyahu disse que o governo aprovou por unanimidade um plano de mais de 40 milhões de shekels (11 milhões de dóales) para estimular o crescimento demográfico no Golã.

Cerca de 31 mil israelenses se estabeleceram na região, informou o analista Avraham Levine, do Centro de Pesquisa e Educação Alma, especializado em desafios de segurança de Israel na fronteira norte. Muitos deles trabalham na agricultura, em vinícolas e com turismo. Na região das Colinas de Golã moram 24 mil drusos, uma minoria árabe que pratica uma ramificação do Islã, explicou Levine. A maioria se identifica como sírios. 

(Reportagem de Howard Goller)

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