Lula agradece a Deus e explica episódio da queda: 'Já tinha cortado a unha'
O presidente Lula (PT) recebeu alta neste domingo (15) após realizar uma cirurgia intracraniana e uma complementação cirúrgica. O petista apareceu na coletiva de imprensa com os médicos e, emocionado, agradeceu a Deus que, segundo ele, tem o cuidado "de forma generosa".
O que aconteceu
Presidente explicou como caiu no banheiro após cortar unhas. "Estava cortando as unhas das mãos. Eu já tinha cortado minha unha, já tinha lixado minha unha. Quando fui guardar o estojo, ao invés de levantar e abrir a gaveta, eu tentei afastar meu bumbum do banco. O banco era redondo, meu bumbum não levitou, eu cai e bati com a cabeça na hidromassagem", contou.
Lula disse que a "única surpresa" foi achar que estava curado. Segundo o presidente, ele voltou para suas atividades físicas, como esteira, musculação, além de viagens.
"No domingo comecei a sentir dor de cabeça, achei que era por conta do sol", afirmou. Na segunda, o petista contou que as dores continuaram, os passos ficaram lentos e foi quando decidiu ir ao médico.
Lula permaneceu três dias na UTI e na sexta-feira (13) passou a receber cuidados semi-intensivos. A cirurgia de emergência do presidente ocorreu após ele sentir fortes dores de cabeça em decorrência da queda no banheiro (leia mais abaixo).
Petista não tirou licença e sancionou leis digitalmente do hospital. A equipe médica que acompanhou o presidente é formada pelo cardiologista Roberto Kalil, os neurologistas Mauro Suzuki e Rogério Tuma, a infectologista e médica da presidência da República, Ana Helena Germoglio, o neurocirurgião Marcos Stavale e o neuroradiologista intervencionista José Guilherme Caldas.
A primeira aparição do presidente nas redes sociais foi na sexta (13). Um vídeo de Lula caminhando no corredor do hospital foi publicado em seu perfil. "Fiquem tranquilos! Estou firme e forte", dizia a legenda da publicação.
Durante a internação de Lula, apoiadores foram para porta do hospital prestarem apoio. O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT) foi fazer exames na unidade e deixou uma carta para o presidente.
O que mais Lula disse após alta
Preciso ficar tranquilo uns 60 dias, mas posso trabalhar normal. Vou passar o Natal e o Ano Novo em casa e vou tentar obedecer de forma muito respeitosa às determinações dos médicos. Estou muito disciplinado. Eu nunca penso que vou morrer, mas tenho medo. Então, eu preciso me cuidar.
Eu quero no dia 31 de dezembro de 2026 entregar esse Brasil mais alegre, esse Brasil sem fome, com mais emprego, com mais respeito, sem fake news, sem mentira. E quem quiser pregar o ódio e a mentira, que procure outro planeta para viver, porque aqui no planeta Terra e no Brasil não tem direito.
Médicos explicam cirurgia
Nome técnico do procedimento é trepanação com o objetivo de descomprimir o cérebro. Segundo a equipe médica de Lula, não se trata de uma abertura significa do crânio. O presidente ficou com um dreno por três dias, conforme os médicos.
Procedimento é considerado comum, dizem médicos. Segundo Kalil, o hematoma estava localizado entre o osso e o cérebro. "Não tem machucado no cérebro", disse. O procedimento foi feito, segundo os médicos, para que o hematoma não comprima o cérebro.
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Quero receberHematoma foi totalmente drenado, disse Kalil. O médico explicou ainda que o presidente Lula não teve lesão dentro do cérebro. "Foi drenado totalmente", afirmou. Hematoma fica entre "duas folhas da meninge". As meninges são o sistema de membranas que revestem e protegem o encéfalo. "O hematoma tem uma série de líquidos, ele absorve líquidos e se expande um pouco", explica Kalil. No momento em que o hematoma se expande ele estira vasos que podem ser rompidos. "É uma luta entre a cicatrização e o inchaço", disse o médico.
Do acidente à alta hospitalar
19/10: Queda no banheiro. O presidente Lula sofre um acidente doméstico no Palácio da Alvorada. Ele teve uma queda no banheiro e abriu um corte na cabeça que provocou sangramento do cérebro. Foi internado do hospital Sírio Libanês em Brasília.
20/10: Liberado da internação sem poder viajar. Primeiro boletim médico aponta que Lula foi liberado, mas com a orientação de evitar viagens aéreas de longa duração para reduzir riscos.
22/10: Exames mostram quadro estável. Em nova reavaliação, os exames de imagem indicaram estabilidade do quadro, sem alterações preocupantes.
25/10: Novos exames confirmam estabilidade. Lula realiza novos exames médicos que confirmam a estabilidade em relação aos anteriores. Ele é considerado pronto a retomar sua rotina de trabalho em Brasília, sem restrições adicionais.
31/10: Sem sintomas, novos exames. O presidente realiza mais uma avaliação, com exames que seguem sem alterações. Ele continua sem apresentar quaisquer sintomas relacionados à queda.
3/11: Lula repete os exames e permanece bem. Os médicos recomendam novos exames em uma semana para monitoramento.
10/11: Os exames mais recentes mostram melhora em relação aos anteriores. Com esse progresso, Lula é liberado para retomar plenamente suas atividades, inclusive viagens aéreas. Ele também é dispensado de exames médicos.
9/12: Queixas sobre dor de cabeça. Lula se queixou de dor de cabeça no fim da tarde de ontem, após encontro com os presidentes da Câmara Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).
10/12: Cirurgia de emergência. Lula foi submetido a uma cirurgia de emergência na madrugada desta terça-feira (10) para drenagem uma hemorragia intracraniana, após sentir dor de cabeça.
11/12: O presidente permaneceu internado em UTI. O boletim médico do dia informou que Lula estava "sob cuidados intensivos", mas seu quadro "evoluiu bem no pós-operatório imediato, sem intercorrências".
12/12: Lula passou por um novo procedimento médico às 7h25. O médico Roberto Kalil disse que a complementação, que durou cerca de uma hora "foi um sucesso". Ele foi submetido a uma embolização de artéria meníngea média. O objetivo era bloquear o fluxo de sangue no cérebro para evitar futuros sangramentos.
13/12: Lula deixou a UTI do Sírio-Libanês, em São Paulo, e ficou sob cuidados semi-intensivos. O que mudou foi o monitoramento, que passou a ser em intervalos, e não de forma contínua.
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