Putin está aberto a restaurar laços entre Rússia e Finlândia se Helsinque quiser, diz Kremlin
MOSCOU (Reuters) - O Kremlin disse nesta terça-feira que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está aberto à ideia de restaurar as relações entre a Finlândia e a Rússia, que acusou Helsinque de reduzi-las a "quase zero" depois de sua adesão à aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
A Finlândia, que compartilha uma fronteira de 1.300 km com a Rússia, aderiu à aliança militar em 2023, o que Moscou considerou na época como um perigoso erro histórico.
A Finlândia fechou sua fronteira terrestre com a Rússia no mesmo ano, acusando Moscou de usar a migração como arma contra a nação nórdica, uma afirmação que o Kremlin negou. O governo finlandês disse no ano passado que estava estendendo o fechamento das fronteiras terrestres com a Rússia indefinidamente.
Na segunda-feira, o presidente finlandês Alexander Stubb -- que alertou repetidamente sobre a necessidade de ser duro com a Rússia e levar a sério a ameaça que, segundo ele, ela representa -- disse ao primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, que Helsinque precisa se "preparar mentalmente" para a restauração dos laços com a Rússia em algum momento.
Ele disse que o momento de qualquer reaproximação dependeria do fim da guerra da Rússia na Ucrânia, mas afirmou que "não há como negar" que a Rússia sempre será vizinha da Finlândia.
Questionado sobre os comentários de Stubb, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres nesta terça-feira que os dois países tinham laços fortes antes de a Finlândia e a Suécia decidirem aderir à Otan.
"Não tivemos nenhum problema com eles. Houve uma cooperação mutuamente benéfica. As empresas dos dois países receberam dividendos e benefícios por causa dessa cooperação", disse Peskov, acusando Helsinque e Estocolmo de agora "arrastarem a infraestrutura militar da Otan para seu território".
"Tanto a Finlândia quanto a Suécia preferiram reduzir essas relações praticamente a zero. Esse é, infelizmente, o triste estado de nossas relações que estamos testemunhando agora", disse ele.
"Mas o presidente Putin tem dito repetidamente que nosso país está aberto a normalizar as relações com aqueles que desejarem fazê-lo."
(Reportagem da Reuters)
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