Maduro expulsa diplomata dos EUA: sanções "atacam dignidade nacional"
As autoridades de Caracas denunciaram nesta terça-feira (22) a nova série de sanções anunciadas pelo Estados Unidos após a reeleição, no domingo (20), de Nicolas Maduro para a presidência venezuelana. Maduro reagiu e anunciou que Todd Robinson, o mais alto diplomata norte-americano radicado na Venezuela, seria expulso dentro de 48 horas.
"Eu o declarei persona non grata e anuncio a partida do diplomata norte-americano dentro de 48 horas ", disse o chefe de Estado venezuelano.
Nicolas Maduro não detalhou as acusações contra Todd Robinson, mas disse que a embaixada dos EUA tinha costurado uma série de contatos nas forças armadas do país, além da esfera política, e que ele estaria empenhado em mostrar rapidamente as evidências.
Contactada, a embaixada norte-americana na Venezuela não quis se pronunciar a respeito. Mas os Estados Unidos ameaçaram a Venezuela de retaliações após o anúncio da expulsão.
"Não recebemos nenhuma notificação do governo venezuelano por meio dos canais diplomáticos", disse um funcionário. Mas se o despejo foi confirmado, "os Estados Unidos poderiam tomar medidas recíprocas apropriadas", acrescentou a fonte.
Os Estados Unidos, assim como outros países, se recusam a reconhecer o resultado da eleição presidencial facilmente vencida por Maduro. Washington acredita que a eleição foi marcada por irregularidades, começando com a proibição feita a duas das principais figuras da oposição de se apresentarem no pleito.
As intenções de Washington
Na segunda-feira, Donald Trump assinou um decreto presidencial que terá
o efeito de dificultar a venda de ativos públicos pela Venezuela. Para Maduro, que já acusou o governo norte-americano de travar uma guerra econômica, estas novas sanções refletem as "verdadeiras intenções de Washington".
"A Venezuela condena mais uma vez a campanha de agressão e hostilidade do regime norte-americano que pune o povo venezuelano por exercer seu direito de voto", disse o Ministério das Relações Exteriores do país em um comunicado.
"Essas medidas arbitrárias e unilaterais são um crime contra a humanidade", conclui o documento. Além dos Estados Unidos, a União Europeia poderia, por sua vez, anunciar novas sanções contra a Venezuela.
O bloco divulgou na terça-feira uma declaração condenatória sobre as condições de organização da eleição e advertiu que consideraria a adoção de "medidas adequadas".
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