Vídeo de colaborador de Macron agredindo manifestante gera polêmica na França
A investigação visa igualmente uma “usurpação de símbolos reservados à autoridade pública”, precisou o Ministério, lembrando que Benalla estava equipado de um capacete destinado às forças de ordem sem ser um policial.
O porta-voz do Palácio do Eliseu, Bruno Roger-Petit, anunciou nesta quinta-feira que o colaborador de Macron foi afastado durante 15 dias, com suspensão de salário, e não participará mais de missões de organização e de segurança nos deslocamentos do chefe de Estado. Segundo Roger-Petit, Benalla havia pedido autorização para observar as operações de segurança do 1° de maio, “mas abusou dessa autorização”.
“Benalla recebeu a sanção mais grave já pronunciada contra um responsável de missão trabalhando para o Eliseu”, disse o porta-voz. “É uma punição para um comportamento inaceitável e deve servir como um último aviso antes de uma demissão definitiva.”
Macron não quis comentar o assunto
Benalla foi primeiro encarregado de fazer a segurança de Macron durante a campanha presidencial de 2017, antes de ser nomeado “responsável de missão” no Eliseu, como adjunto do chefe de gabinete do presidente, François-Xavier Lauch. “O homem de capacete, visivelmente fora de si, derruba o jovem no chão, o puxa violentamente pelo pescoço e depois o agride repetidamente”, diz o Monde.
Questionado sobre o assunto nesta quinta-feira, durante uma visita ao sudoeste da França, Emmanuel Macron se recusou a responder. “Estou com outras pessoas neste momento”, disse, no meio de funcionários dos Correios, com quem discutia novas vagas no serviço postal. Desde a divulgação do vídeo de Benalla, vários responsáveis políticos se manifestaram exigindo sanções mais severas.
O presidente do partido da direita Os Republicanos, Laurent Wauquiez, disse que Macron deve “se explicar” e dar mais detalhes sobre uma possível tentativa de mascarar o assunto. Olivier Faure, secretário-geral do Partido Socialista, de esquerda, estimou que o colaborador deve enfrentar a justiça. “É inimaginável que um diretor de gabinete, que conhece perfeitamente o direito e que deve ser exemplar, dê o sentimento de que há duas Repúblicas, dois pesos e duas medidas, esse sentimento que os franceses não querem mais sentir”, disse Faure.
Laurent Saint-Martin, do partido de Macron, A República em Marcha (LREM, em francês), afirmou que Benalla nem devia mais “trabalhar no Eliseu” porque ele “falhou”. Richard Ferrand, chefe dos deputados do LREM, ponderou que um “comportamento inadequado” foi sinalizado e que uma “decisão imediata” foi tomada.
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