Deputados europeus aprovam resolução exigindo sanções contra Arábia Saudita
Para os deputados europeus, o assassinato de Khashoggi se inscreve “no contexto de uma onda de repressão em grande escala contra os defensores dos direitos humanos, dos advogados, dos jornalistas, dos escritores e dos blogueiros”. A censura no país “se intensificou desde que o príncipe Mohamed Bin Salman começou a aumentar o controle sobre os serviços de segurança nacionais”, disseram.
Na resolução adotada por 325 votos contra 1 – 19 se abstiveram –, os eurodeputados fazem um apelo aos Estados membros da UE para que eles se preparem para impor sanções contra os culpados. “A Arábia Saudita financiou grupos terroristas islâmicos fundamentalistas, lançou uma guerra contra o Yemen e, até agora, ela só recebeu advertências leves dos países ocidentais”, criticou o deputado Philippe Lamberts.
Procurador-geral da Arábia Saudita reconhece que assassinato de jornalista foi “premeditado”
O procurador-geral da Arábia Saudita afirmou pela primeira vez nesta quinta-feira (25) que os suspeitos do assassinato do jornalista Jamal Khashoggi cometeram um "ato premeditado". “A investigação continua”, acrescentou o procurador em um comunicado.
Khashoggi, um jornalista e opositor saudita, foi assassinado em 2 de outubro dentro do consulado do país em Istambul. Segundo os responsáveis turcos, Khashoggi foi assassinado por uma equipe de agentes vinda de Riad. As autoridades do país, sob pressão internacional, apresentaram várias versões.
Em um primeiro momento falaram em uma "briga" e, mais tarde, de uma operação "não autorizada" da qual o príncipe herdeiro, Mohamed bin Salman, o homem forte do país, não teria sido informado. No total, 18 suspeitos, todos sauditas, foram detidos na Arábia Saudita e vários altos funcionários dos serviços de informação foram demitidos.
Na quarta-feira (24), o príncipe herdeiro falou pela primeira vez sobre o caso, que classificou de "incidente repulsivo" e "doloroso". O assassinato do jornalista causou a indignação internacional e atingiu a imagem do país, maior exportador de petróleo do mundo.
Mohamed Bin Salman, que falou no fórum econômico de Riad, chamado de “Davos do deserto”, disse que "prevalecerá a justiça" e que "os vínculos com a Turquia não serão rompidos". Em Istambul, dezenas de amigos do jornalista se reuniram em frente ao consulado da Arábia Saudita e acenderam velas para pedir justiça, constatou um correspondente da AFP.
Nesta quinta-feira, o ministro turco das Relações Exteriores disse que continua havendo perguntas que Riad tem que responder, sobretudo sobre a identidade dos autores e o lugar onde está o corpo. "Dezoito pessoas foram detidas [na Arábia Saudita], porque elas? Quem lhes deu ordens? (...) O corpo de Jamal Khashoggi ainda não foi encontrado. Onde está?", disse Mevlüt Cavusoglu.
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