Pesquisa revela que 10% dos franceses nunca ouviram falar do Holocausto
Entre os jovens de 18 a 34 anos, o número sobe para 19%, de acordo com um estudo realizado pelo instituto Ifop em parceria com a delegação interministerial de luta contra o racismo, o antissemitismo e a homofobia, publicado em primeira mão pela rádio francesa France Info.
Entre os jovens de 18 a 34 anos, o número sobe para 19%, de acordo com um estudo realizado pelo instituto Ifop em parceria com a delegação interministerial de luta contra o racismo, o antissemitismo e a homofobia, publicado em primeira mão pela rádio francesa France Info.
A pesquisa, realizada com 1014 pessoas, traz outros dados alarmantes: 21% dos franceses não sabem em qual período ocorreu o genocídio dos judeus. Outros 79% dos entrevistados responderam que o Holocausto, que culminou na morte de mais de 6 milhões de judeus pelos nazistas, ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial.
O estudo ainda mostra que 9% acreditam que as mortes ocorreram entre as duas guerras, 6% durante a Primeira Guerra Mundial e 4% no início do século 20. Para 2%, a chamada “solução final”, aplicada no regime de Hitler, foi um fato ocorrido durante a Guerra Fria. Entre os franceses com menos de 35 anos, 30% ignoram que o Holocausto ocorreu durante a Segunda Guerra Mundial.
Os resultados surpreendem o diretor do Observatório de Educação da Fundação Jean-Jaurés, Iannis Roder. Segundo ele, nas escolas francesas, os professores abordam o Holocausto no primeiro e segundo grau. “Nunca ter ouvido falar do genocídio dos judeus é praticamente impossível”, disse à rádio France Info. Ele questiona se não há uma simples “provocação” nas respostas. “Mas o resultado também nos faz questionar o que os jovens aprendem ou querem aprender”, declara, “ou se os professores abordam a questão rápido demais e os alunos não entendem nada.”
Transmissão
“É preocupante”, diz Francis Kalifat, presidente do Conselho Representativo das Instituições judias da França. “Temos que pensar na transmissão da memória do Holocausto. As testemunhas vivas estão desaparecendo e é um desafio continuar esse trabalho sem elas, sem a força de seus depoimentos”, diz. Segundo ele, certas escolas têm dificuldade em abordar a questão porque algumas classes “se recusam a ouvir falar do genocídio judeu”.
O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, anunciou em novembro um aumento de 69% de atos antissemitas nos nove primeiros meses do ano. A mesma pesquisa mostrou que 53% dos franceses acreditam que os judeus estejam expostos à violência na França. “As pessoas têm consciência que, em 2018, alguém pode ser morto porque é judeu”, diz Kalifat, lembrando dos atentados contra a escola judia Ozar Hatorah, em Toulouse, em 2012, e o supermercado Hyper Cacher, em Vincennes, em 2015.
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