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Jornal francês traz balanço do direito dos animais no mundo

25/12/2018 08h22

O jornal francês Libération resolveu dedicar a edição de Natal desta terça-feira (25) para a problemática dos animais no mundo, vítimas não só do efeito estufa como da ganância humana.

O jornal francês Libération resolveu dedicar a edição de Natal desta terça-feira (25) para a problemática dos animais no mundo, vítimas não só do efeito estufa como da ganância humana.

“São trinta páginas para observá-los e escutar os humanos que os protegem, mas também os que os exploram, os caçam e os comem – muitas vezes tudo isso ao mesmo tempo”, diz o editorial do jornal.

Libération fala de animais que trabalham, como as vacas leiteiras, os cães-guia e animais de circo ou cinema. O jornal cita a Declaração Universal dos Direitos do Animal, de 1978, segundo a qual todo animal trabalhador tem direito a uma limitação consequente da duração e intensidade da atividade, a uma alimentação reparadora e ao repouso. O texto, sem consequências jurídicas, nunca foi adotado pela Unesco.

O jornal entrevistou criadores que respeitam ritmos de produção de vacas ou o trabalho de jumentos. “Não vou além do que podem oferecer suas capacidades físicas e psicológicas”, diz Stéphane Galais, agricultor orgânico sobre os animais que cria no norte da França.

Pele de leão vale ouro

Libération foi também ao Burkina Faso, na África, onde caçadores ilegais vão atrás da pele de leão como se fosse ouro. “Apesar de ser uma espécie protegida e em perigo de extinção, o felino é alvo de franceses amadores da caça em safaris, assim como da população local, que vende pedaços dos animais nos mercados”, explica o jornal. “Nesse ritmo, a espécie vai desparecer em menos de cinco anos”, diz um especialista local.

O jornal francês também aborda os inúmeros casos de pessoas que “adotam” animais selvagens como se fossem cachorros. No último dia 12 de novembro, em plena avenida dos Champs Elysées, a polícia deteve um motorista numa Lamborghini alugada que desfilava com um filhote de leão de dois meses no banco de passageiros. As autoridades também vasculham as redes sociais atrás de selfies de pessoas com filhotes de tigres, leopardos e outros felinos criados ilegalmente.

Outra reportagem de Libé fala das denúncias de associações contra o transporte de gado em condições precárias. “Estimamos que entre 2013 e 2016, 24.500 carcassas de bovinos e ovinos foram jogadas no mar Mediterrâneo por navios europeus, relata Adeline Colonat, da ONG Welfarm.

Libé também foi testemunha ocular das atrocidades de rinhas de galo no norte da França, onde a prática é permitida. Além disso, jornal aborda a questão das cobaias de laboratório, relatando que alternativas ao seu uso estão sendo estudadas e estimuladas por lei, mas a transição é lenta.