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Maduro acusa militares desertores de orquestrarem "complô" na Colômbia

30/01/2019 13h32

O presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou nesta quarta-feira (30) militares desertores, que se tornaram "mercenários", de conspirarem da Colômbia para dividir o Exército venezuelano. A Força Armada Bolivariana se tornou o principal pilar do governo do chefe de Estado contra seu opositor, o chefe do Parlamento, Juan Guaidó.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro acusou nesta quarta-feira (30) militares desertores, que se tornaram “mercenários”, de conspirarem da Colômbia para dividir o ...

“Um grupo de militares desertores, mercenários a serviço da oligarquia colombiana, conspira da Colômbia e tenta dividir nossas forças armadas”, disse Maduro, antes de dar início a uma marcha com 2.500 soldados. “Quando encontramos um traidor, pedimos justiça!”, exclamou.

A mobilização de militares acontece algumas horas antes das manifestações organizadas por Juan Guaidó, presidente interino autoproclamado. Guaidó recebeu apoio dos Estados Unidos e de boa parte da América Latina e da Europa, enquanto Maduro é protegido pela Rússia e pela China.

Maduro compartilhou nesta quarta-feira pela manhã um vídeo no qual advertiu que a Venezuela se tornaria um “novo Vietnam” em caso de intervenção militar americana. “A agressão imperialista do governo de Donald Trump para tentar um golpe de Estado” não deve ser ignorada, declarou o presidente venezuelano a seus soldados.

Os altos dirigentes do Exército presentes na manifestação reiteraram sua lealdade ao chefe de Estado. “É o único presidente constitucional”, afirmou o ministro da Defesa, o general Vladimir Padrino.

Oposição também vai protestar

Juan Guaidó convocou mais manifestações nesta quarta-feira, em diversas cidades do país, para continuar divulgando a lei de anistia às Forças Armadas Nacionais. Pressionado, Nicolás Maduro estaria disposto a negociar, mas já descartou a possibilidade de convocar novas eleições para presidente.

As manifestações visam também pedir que os militares venezuelanos respeitem a Constituição e a vontade popular para permitir a entrada da ajuda humanitária no país.

Juan Guaidó, de 35 anos, pretende, por meio da lei de anistia, conseguir o apoio do setor militar, que é a base do governo de Nicolás Maduro. Até o momento, apenas soldados de baixa patente e em serviço no exterior reconheceram o opositor como o líder do país.

O autoproclamado presidente interino anunciou na terça-feira (29) os planos de seu governo: estabilizar a economia do país, gerar emprego, resgatar os serviços públicos e superar a pobreza. Ele também quer passar as contas da República ao Estado venezuelano para garantir maior transparência e controle do uso desses recursos.