Moçambique: ciclone atinge centro para crianças deficientes visuais
O Centro de Deficientes Visuais de Moçambique, em Beira, não escapou à fúria do ciclone Idai. Desde o dia 14 de março, dezenas de crianças estão dormindo no chão, mas o pior é a falta de alimentos e a ameaça da propagação da epidemia da cólera.
O Centro de Deficientes Visuais de Moçambique, em Beira, não escapou à fúria do ciclone Idai. Desde o dia 14 de março, dezenas de crianças estão dormindo no chão, mas o pior é a falta de alimentos e a ameaça da propagação da epidemia da cólera.
Cristiane Soares, enviada especial da RFI a Moçambique
Face ao cenário de destruição deixado pelo ciclone Idai nas instalações do centro do Deficientes Visuais de Moçambique, o padre Nicolas diz que não saber por onde começar.
Segundo ele, o tanque de água foi levado pelo ciclone, além do teto e dos vidros. “Não temos energia, tubos de gás foram destruídos. Não sabemos onde começar e onde parar”, disse o padre Nicolas dos Sagrados Corações, responsável pela instituição.
Desde que o local foi destruído pelo ciclone, 70 crianças estão dormindo no chão e sofrem com a falta de alimentos e a ameaça de epidemias. Além, disso, conta o padre, as lojas foram vandalizadas. Ele também tem receio em comprar legumes contaminados pelo cólera.
Sem informações da família
A água potável também é escassa. “Água é muito urgente, para o banho ou para a cozinha”, explicou. Os menores pedem informações sobre as famílias, muitas atingidas pelo ciclone.
“Dá tristeza, estou buscando informações sobre situação das famílias. Já me pediram: queremos falar com a mamãe”, recorda, emocionado, Nicolas. O centro de Deficientes Visuais de Moçambique acolhe crianças com idades desde os seis até aos 17 anos e depende de ajuda externa.
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