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Chefe da diplomacia da UE se desculpa por criticar "síndrome Greta"

08/02/2020 16h42

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, fez um pedido de desculpas neste sábado (8), após a polêmica causada pelas críticas a uma "síndrome de Greta" Thunberg. Ele deu a entender que o ativismo de jovens manifestantes contra as mudanças climáticas, influenciado pela adolescente sueca, era inconsequente. A declaração gerou indignação e protestos do movimento "Youth for Climate" (Juventude pelo Clima).

"Quero pedir desculpas a todos aqueles que podem ter se ofendido com minha referência inadequada ao importante movimento de jovens que lutam contra as mudanças climáticas", tuitou o espanhol.

Em um debate realizado na quarta-feira 5) no parlamento europeu, Josep Borrell, de 72 anos, questionou a seriedade do compromisso dos jovens manifestantes mobilizados em torno de Greta Thunberg. Ele sugeriu que eles não perceberam o custo das medidas necessárias para impedir o aquecimento global.

Referindo-se à "síndrome de Greta", Borrell disse: "É muito bom sair e protestar contra a mudança climática até que te pedem para pagar por ela". Ele deu a entender que os jovens que protestam nas ruas do mundo inteiro não estão cientes da complexidade da transição enérgica.

O grupo de eurodeputados do Partido Verde e aliança Livre Europeia, que divulgou o vídeo com as declarações polêmicas de Borrell, disse que os comentários eram "inaceitáveis da parte de um representante da UE".

Indignação

Mil pessoas que protestaram contra as mudanças climáticas nesta sexta-feira (7) em Bruxelas, aproveitaram para criticar os comentários do chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, sobre a "síndrome Greta". O protesto foi organizado pelo movimento Juventude pelo Clima.

Anuna De Wever, líder da mobilização dos estudantes na Bélgica, considerou "completamente ridículo" que um dirigente europeu aborde dessa maneira a questão dos custos."Todos os cientistas dizem que se não fizermos nada, custará muito mais caro", disse à AFP a jovem de 18 anos. A geração que se manifesta é totalmente consciente de que o futuro sem energias fósseis tem um preço, completou De Wever. "Evidentemente queremos pagar esse preço", afirmou.

(Com informações da AFP)