Coronavírus: OMS alerta contra hipotética "imunidade coletiva"
Imunidade de grupo ou imunidade coletiva, uma solução confiável na luta contra a Covid-19? O princípio consiste em deixar o vírus se propagar na população para que esta possa desenvolver anticorpos. A Organização Mundial da Saúde (OMS) contesta a tese.
Do correspondente da RFI em Genebra, Jérémie Lanche
A Grã-Bretanha chegou a debater a ideia, antes de abandoná-la. A Suécia e a Holanda parecem cogitar o conceito. A Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta: nada indica que a imunidade de grupo funcione.
"Imunidade de rebanho" é a expressão em inglês ("herd immunity") para se falar de imunidade coletiva. Mas o conceito não agrada a Mike Ryan, chefe de operações de emergência da OMS. "Em epidemiologia animal, a preocupação é com o bem-estar global do rebanho, e não de um animal em particular. Os humanos não são animais", diz.
Para Ryan, a hipótese não se sustenta. Para começar, ele explica, porque ainda não se sabe se as pessoas que já tiveram a Covid-19 estão imunizadas de verdade e por quanto tempo.
Falta de ética
Além de ser perigosa, a estratégia de imunidade coletiva não seria ética. "Essa ideia de dizer que os países que adotaram as medidas menos restritivas vão, miraculosamente, atingir um estado de imunidade coletiva, e paciência se alguns idosos vão morrer nesse período... é um cálculo muito, muito perigoso", avalia Ryan.
A OMS rejeita a hipótese, pois ao contrário de possíveis cenários feitos por estudos no início da pandemia, o número de casos considerados graves poderia ser muito mais elevado proporcionalmente, com menos casos assintomáticos do que anteriormente se pensava. Se a doença se espalhasse sem qualquer controle, o número de vítimas fatais poderia chegar a milhões. Atualmente o total é de quase 280 mil mortos pela Covid-19 em todo o mundo.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.