Duas escolas primárias fecham em Paris após registrarem casos de coronavírus
A Agência Nacional de Saúde da França indicou nesta quarta-feira (24) que duas escolas primárias fecharam em Paris após confirmação de casos de coronavírus. O anúncio ocorre poucos dias depois do alerta do Conselho Científico sobre a probabilidade de uma segunda onda da Covid-19 no país.
No 12° distrito da capital francesa, a Escola Elementar Lamoricière fechou na terça-feira (23) "por medida de prudência e vigilância", depois da confirmação de três casos de Covid-19, "ao menos um aluno e um professor", afirmou o estabelecimento. Já a Escola du Renard, no 4° distrito, interrompeu a retomada das aulas nesta quarta-feira depois que um professor testou positivo.
Segundo a Agência Nacional de Saúde da França, nenhum dos dois estabelecimentos são considerados como "focos de contaminação", já que são poucos casos "e foram registrados em um vasto período entre o começo de junho e a última segunda-feira".
Por isso, as novas contaminações não incitam as autoridades voltar atrás na decisão da reabertura das escolas na França ou em Paris. Desde que a volta às aulas se tornou obrigatória, na segunda-feira, "83% dos alunos e 90% dos professores retomaram suas atividades", afirmou Patrick Bloche, responsável pelo setor de educação na prefeitura da capital francesa.
Temor de uma segunda onda de coronavírus
O anúncio de novos casos de Covid-19 em Paris reforça o temor de uma segunda onda da doença. No domingo (21), o Conselho Científico da França emitiu um parecer em que afirma que "é extremamente provável" que o coronavírus volte a circular ativamente no país no segundo semestre deste ano, a partir do outono no Hemisfério Norte.
Para chegar a esta conclusão, o Conselho Científico se baseou em três critérios. Primeiramente, a baixa imunidade coletiva na França, estimada atualmente em 5% da população. O número é considerado insuficiente "para impedir a chegada de uma segunda onda epidêmica", diz o órgão especialmente formado para tratar da propagação da doença na França.
O segundo ponto é a forte circulação do vírus fora da Europa, particularmente na América Latina - o que dificulta a erradicação da pandemia. Por fim, o Conselho Científico evoca a "experiência de epidemias gripais", que registram duas ou três ondas antes de adotar um ritmo sazonal.
"Se observamos o histórico de grandes pandemias de vírus respiratórios, vemos que oito em cada dez desaceleram em países europeus de maneira espontânea durante o verão. No entanto, cinco em cada dez se renovam no outono", declarou o presidente do Conselho Científico, Jean-François Delfraissy, ao jornal Le Parisien.
Autoridades pedem que população mantenha vigilância
As imagens de grandes aglomerações durante a Festa da Música em Paris, no último domingo (21) preocuparam as autoridades. "O vírus ainda está aqui. O que acontece no resto da Europa nos mostra que não temos direito de baixar a vigilância", afirmou um responsável do gabinete do primeiro-ministro francês, Edouard Philippe.
Para o premiê, as imagens da Festa da Música, que mostram centenas de jovens reunidos sem máscara e desrespeitando o distanciamento físico em diversos pontos de Paris são "preocupantes". O governo garante que a situação epidêmica continua melhorando na França, mas é preciso ser "individualmente disciplinado" e "respeitar as regras coletivas". "Apenas com o bom senso e a responsabilidade de cada um poderemos vencer", ressaltou a fonte.
O governo francês deve apresentar entre esta e a próxima semana a estratégia que será adorada em caso do ressurgimento da doença. Até o momento, as autoridades descartam a possibilidade de um "reconfinamento geral", mas pensam em medidas para "proteger as pessoas mais vulneráveis".
Na terça-feira, a Direção Geral da Saúde da França anunciou 57 mortes em 24 horas em todo o país. Atualmente, há 682 pacientes internados em UTIs, entre eles, 117 deram entrada em 24 horas. No total, desde o início da epidemia, a França registrou 29.720 óbitos.
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