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Protestos sobre gerenciamento da Covid-19 deixam feridos na Sérvia

09/07/2020 11h14

Após protestos violentos no país, o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, acusou, nesta quinta-feira (9), "criminosos hooligans" de serem responsáveis ??pelos confrontos entre manifestantes e a polícia. A Sérvia viveu dois dias consecutivos de protestos contra a volta da quarentena decidida pelo governo para evitar a disseminação da pandemia.

A capital, Belgrado, foi palco de novos ataques de manifestantes furiosos com a gestão das autoridades da crise do coronavírus. Os confrontos na noite desta quarta-feira (8) deixaram ao menos dez policiais e 17 manifestantes feridos.

Indignada, a população acusa o presidente de ter favorecido a alta das contaminações ao suspender muito rápido o confinamento para realizar as eleições de 21 de junho, que favoreceram seu partido. Nem o anúncio sobre a suspensão provável do toque de recolher, no próximo final de semana, foi suficiente para evitar a manifestação que reuniu milhares de pessoas em frente ao parlamento.

O descontentamento se espalhou para outras cidades da Sérvia, como Novi Sad (norte), Nis (sul) e Kragujevac (centro), onde as instalações do Partido do Progresso Sérvio (SNS), de Vucic, foram vandalizadas. Em Novi Sad e Kragujevac, a polícia teve de disparar gás lacrimogêneo para dispersar a multidão, segundo informou a mídia local.

A Sérvia registra atualmente cerca de 300 casos por dia de Covid-19. O país tem quase 17 mil infectados e 330 mortes, em uma população de sete milhões de habitantes.

A epidemia de Covid-19 avança na Europa Central. Vários países da região, que tinham tido um número muito pequeno de casos da doença quando as contaminações estavam no auge no oeste do continente, agora estão em estado de alerta.

Diálogo com o Kosovo

Aleksandar Vucic denunciou a "violência política mais brutal dos últimos anos", que "prejudica a imagem da Sérvia", no momento da retomada das negociações sobre as relações com o Kosovo, sua antiga província de maioria albanesa, que proclamou independência em 2008.

O presidente sérvio está em Paris para conversar com Emmanuel Macron antes de uma cúpula por videoconferência, na sexta-feira (10), com o primeiro-ministro do Kosovo, Avdullah Hoti, o presidente francês e a chanceler alemã, Angela Merkel. O objetivo do encontro virtual é "reativar o diálogo" entre Belgrado e Pristina.