Mutação da Covid-19: Premiê da Dinamarca chora e se desculpa por massacre de visons
A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, 43 anos, se desculpou pessoalmente nesta quinta-feira (26) por sua gestão da pandemia. Enxugando as lágrimas, ela reconheceu que seu governo errou ao determinar o massacre de milhares de visons, depois que uma mutação do vírus Sars-CoV-2, que causa a Covid-19, foi diagnosticada em algumas fazendas de criação desses animais.
A chefe do governo visitou uma fazenda de visons no município de Kolding, onde todos os animais foram abatidos, apesar de estarem saudáveis. O Executivo não tinha direito legal de ordenar a morte dos animais, como foi demonstrado posteriormente.
"Não tenho problemas em me desculpar pelos acontecimentos, já que erros foram cometidos", disse Frederiksen ao canal TV2.
Visivelmente emocionada, a primeira-ministra parou várias vezes para enxugar as lágrimas, ressaltando que é importante lembrar que a culpa não é dos criadores.
"É por causa do coronavírus, e espero que possa haver um pouco de luz no fim do túnel para os criadores de visons dinamarqueses neste momento", acrescentou.
No início de novembro, a Dinamarca, o maior exportador mundial de peles desses mamíferos, anunciou que mais de 15 milhões de visons do país seriam sacrificados depois que foi descoberto que uma mutação do coronavírus poderia prejudicar a eficácia de vacinas futuras. Dias depois, o governo teve que reconhecer que não tinha base jurídica suficiente para ordenar essa medida.
O massacre dos visons, supervisionado pela alta autoridade veterinária do país, gerou protestos dos criadores e abriu uma crise política no governo. O então ministro da Agricultura, Mogens Jensen, se desculpou e renunciou na semana passada.
Após a renúncia de Jensen, o Ministério da Saúde concluiu que a ameaça potencial às vacinas humanas estava "muito provavelmente extinta", pois não houve mais casos de animais ou humanos infectados por essa versão do vírus (denominada Cluster 5).
De acordo com o último balanço, mais de dois terços dos 15 a 17 milhões de visons criados no país já foram sacrificados.
Com informações da AFP
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