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Índia tem recorde diário de mortes pela Covid e recebe mais ajuda internacional

02/05/2021 11h18

A Índia luta para conter uma das ondas mais graves de contágios de coronavírus no mundo. O país continua tendo um número assustador de novos casos diários de Covid e neste domingo (2) registrou um novo recorde diário de mortos, com 3.689 óbitos nas últimas 24 horas. A ajuda internacional continua a chegar para ajudar o país a lutar contra a pandemia.

O país de 1,3 bilhão de habitantes contabilizou neste domingo mais de 392.000 novas infecções, provocadas pela contagiosa variante indiana da Covid. Hospitais, cemitérios e crematórios continuam em colapso. O governo federal resiste em impor um novo lockdown nacional, mas várias regiões adotaram medidas restritivas para tentar frear a epidemia. Na capital Nova Déhli, o lockdown em vigor foi prolongado por mais uma semana.

As redes sociais estão repletas de pedidos desesperados de pessoas em busca de cilindros de oxigênio, medicamentos e leitos de hospital. O ritmo acelerado de contágios provoca uma escassez generalizada no país.

Ajuda internacional

Diante da situação crítica, vários países, como Estados Unidos, Reino Unido e França, enviaram vacinas, máscaras e concentradores de oxigênio. Um avião com 28 toneladas de equipamentos médicos fretado pela França pousou neste domingo em Nova Délhi. Paris enviou oito grandes geradores de oxigênio e 28 respiradores.

A Alemanha mandou 120 respiradores no sábado (1°) e o Reino Unido prometeu enviar outras 1.000 unidades. O assessor médico da presidência dos Estados Unidos, Anthony Fauci, recomendou a adoção imediata na Índia de um confinamento nacional de várias semanas.

Apesar dos riscos de contaminaçéao, cinco estados indianos realizam neste domingo eleiçéoes legislativas.

Campanha de vacinação ampliada

A campanha de vacinação indiana foi ampliada neste sábado a todos os adultos do país, mas muitos estados sofrem com a falta de doses, apesar da suspensão das exportações dos imunizantes. Durante o fim de semana foram registradas longas filas nos centros de imunização das cidades de todo o país, com pessoas desesperadas para receber uma injeção.

"Cheguei cedo para ser vacinada", declarou Megha Srivastava, 35 anos, em uma clínica particular da capital Nova Délhi. "Agora é uma necessidade. Estou vendo que muitas pessoas testam positivo", completou.

Uma lista crescente de países suspende ou limita os voos com a Índia. A Nigéria, que proibiu neste domingo a entrada de viajantes não nigerianos provenientes do território indiano, é o último deles. A medida do governo nigeriano também vale para pessoas vindas do Brasil e na Turquia.

"Cansados e esgotados"

A Covid-19 já provocou quase 3,2 milhões de mortes em todo o planeta, segundo um balanço da AFP com base em números oficiais dos países. Os contágios registrados oficialmente em todo o mundo superam 152 milhões. Além da Índia, sinais de alerta foram registrados em outros países do superpopuloso sul da Ásia. O Sri Lanka contabilizou no sábado um recorde de casos e as autoridades anunciaram novas restrições de deslocamentos.

O Brasil, país mais afetado da América Latina, superou durante a semana a marca de 400.000 mortes por Covid-19, ficando atrás apenas dos Estados Unidos em número de vítimas fatais.

No Canadá, o epicentro da doença está na província de maior população, Ontario, onde a onda de contágios é tão intensa que o governo enviou o exército e a Cruz Vermelha para ajudar os pacientes em estado crítico. "Estamos no limite", declarou à AFP Farial Faquiry, enfermeira da UTI do hospital Humber River de Toronto. "Estamos cansados e esgotados. Simplesmente esgotados", completou.

A vacinação no Canadá enfrenta problemas de abastecimento, ao contrário do vizinho Estados Unidos, onde mais da metade da população adulta recebeu pelo menos uma dose de uma vacina contra a Covid.

Protestos contra as restrições

Apesar do risco sanitário continuar intenso, muitas pessoas ao redor do mundo pedem o fim das medidas contra a pandemia. Manifestantes contra as restrições se reuniram no sábado em vários países da Europa como Finlândia, Suécia, Bélgica e Alemanha, no momento em que o continente começa a flexibilizar as restrições.

 

A polícia de Berlim anunciou a detenção de mais de 250 manifestantes por distúrbios em vários protestos ontem. Na Bélgica, a polícia intimou 132 pessoas ao dispersar uma festa proibida em um parque de Bruxelas.

  

Milhares de brasileiros também participaram no sábado de manifestações em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, desafiando qualquer distanciamento físico. Alguns manifestantes pediram uma "intervenção militar" para reforçar os poderes do presidente.

(Com AFP)