Moradores voltam a fugir de Goma, no Congo, em meio a erupção do vulcão Nyirangongo
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As autoridades de Goma, na região leste da República Democrática do Congo (RDC), ordenaram nesta quinta-feira (27) a evacuação de parte da população da cidade devido ao risco de erupção do vulcão Nyirangongo, que provocou a fuga de milhares de pessoas.
Dezenas de milhares de pessoas deixaram Goma, nesta quinta-feira, depois do alerta lançado pelas autoridades sobre o risco de que a lava provocada pela erupção poderia atingir a cidade.
Após o anúncio, foram registrados mais de 20 quilômetros de engarrafamento na estrada que leva à saída de Goma. Filas de carros, caminhões e vans carregados tentavam avançar em direção a Sake, na região montanhosa do Masisi. Famílas inteiras, carregando malas e outros pertences, caminhavam ao lado da rodovia.
Veículos de todo tipo, incluindo caminhões-tanque, também aguardavam diante da "grande barreira", a fronteira ruandesa no sul da cidade. Goma, incluindo sua área periférica, tem cerca de dois milhões de habitantes.
"Os dados sísmicos atuais e de deformação do solo indicam a presença de magma sob a área urbana de Goma, com uma extensão sob o lago Kivu", declarou o governador militar da província de Kivu Norte, o general Constant Ndima. "Atualmente, não podemos descartar a erupção em terra ou sob o lago, que poderia acontecer com pouco ou nenhum sinal de alerta", completou o governador, que citou os nomes de 10 bairros da cidade afetados pela medida.
"Existem riscos adicionais vinculados à interação entre a lava e a água do lago", explicou Ndima, que mencionou uma das hipóteses mais perigosas, que seria a desestabilização do gás sob o lago, o que provocaria uma "erupção límnica".
Em uma erupção deste tipo, também conhecida como fenômeno do lago explosivo, "os gases dissolvidos nas águas profundas do lago se elevam, especialmente o CO2, e asfixiam todos os seres vivos ao redor do lago Kivu no lado congolês e ruandês", afirmou uma nota recente do Observatório de Vulcanologia de Goma (OVG). O cenário provocaria "milhares de mortes" nos dois países.
Nesta quinta-feira, uma equipe de especialistas chegou à cidade para avaliar os riscos de uma nova erupção, anunciou o governo congolês.
O vulcão Nyiragongo entrou em erupção no sábado (22), o que provocou a primeira fuga de moradores, que retornaram nos dias seguintes, mas permaneciam com o temor de uma nova erupção devido aos incessantes terremotos registrados na região. A grande erupção anterior do Nyiragongo, em 17 de janeiro de 2002, matou pelo menos 100 pessoas.
No sábado, a lava fluiu em duas direções a partir dos flancos do vulcão. Uma parte parou nos subúrbios ao nordeste de Goma e a outra atingiu a Rodovia Nacional 4, que liga Goma a Butembo, uma rota regional vital para o abastecimento da cidade.
"É muito importante permanecer afastado das correntes de lava, pelo perigo de morte por asfixia ou queimaduras", disse o governador Ndima. "Que Deus nos proteja", completou.
De acordo com as autoridades, 32 pessoas morreram desde a erupção de sábado. Entre 900 e 2.500 casas foram destruídas. Ao menos 10 bairros estão sem água corrente e grande parte da cidade não tem energia elétrica. A região de Goma é uma zona de intensa atividade vulcânica, com seis vulcões, incluindo o Nyiragongo e o Nyamuragira, de 3.470 metros e 3.058 metros, respectivamente.
(Com informações da AFP)
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