Brasil é eleito membro não permanente de Conselho de Segurança da ONU
O Brasil foi eleito nesta sexta-feira (11) pela Assembleia Geral da ONU como membro não permanente do Conselho de Segurança por um ano a partir de janeiro de 2022, junto com Albânia, Gabão, Emirados Árabes Unidos e Gana. Alguns diplomatas já antecipam problemas potenciais com a escolha.
O Brasil, maior economia da América Latina e o país mais populoso da região, ocupará a cadeira de San Vicente e Granadinas. Há anos Brasília pede para ingressar no Conselho como membro permanente, mas as reformas são bloqueadas pelos cinco membros permanentes.
"O Brasil buscará traduzir em contribuições tangíveis a defesa da paz e da solução pacífica das controvérsias, dentre outros princípios inscritos na Constituição Federal de 1988 e na Carta das Nações Unidas", declarou o Ministério brasileiro das Relações Exteriores em um comunicado. "O País pretende, ainda, fortalecer as missões de paz da ONU e defender os mandatos que corroborem a interdependência entre segurança e desenvolvimento", completou.
No entanto, a escolha suscitou reações dubitativas. "Brasil e Emirados Árabes Unidos têm posições bem definidas em política externa, e a Albânia, que vai presidir o Conselho pela primeira vez em sua história, também é membro da Organização de Cooperação Islâmica (OIC)", disse um diplomata quem pediu anonimato.
Esses três países substituirão San Vicente e Granadinas, Vietnã e Estônia em janeiro, e modificarão a relação de força no Conselho, observou.
"As coisas vão mudar", afirmou outro diplomata. "O Brasil é uma potência em si" e vai substituir o menor país que integrou o Conselho. Já os Emirados "participam de vários conflitos", lembrou, referindo-se ao Iêmen e à Líbia.
União Europeia pode perder influência
Em janeiro, Gabão e Gana vão ocupar as cadeiras que são atualmente do Níger e da Tunísia. Dos 193 membros da ONU chamados a votar na eleição, o Brasil obteve 181 votos, Emirados 179 votos, Albânia 175 votos, Gabão 183 votos e Gana 185 votos.
Durante anos, grupos regionais indicaram seus candidatos ao Conselho com antecedência para evitar rivalidades. Depois de ter tido até cinco membros no Conselho nos últimos anos, a União Europeia corre o risco de perder influência, uma vez que a partir de janeiro terá apenas dois, França e Irlanda.
O Conselho de Segurança é composto por 15 membros, incluindo cinco permanentes com poder de veto (Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido), assim como 10 não permanentes eleitos pelo período de um ano. Essa é a 11ª vez que o Brasil ocupa esse papel.
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