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Covid-19: Oposição a restrições leva a ataque a plataforma de vacinação na Itália e confrontos na Alemanha

01/08/2021 11h35

Depois de protestos contra o passaporte sanitário reunirem mais de 200 mil pessoas na França, neste domingo (1) hackers invadiram o sistema de informática de uma empresa que organiza a marcação de horário para a vacinação contra a Covid-19 na Itália. Na Alemanha, manifestantes voltaram às ruas contra as restrições causadas pela pandemia.

O ataque informático na região de Lácio, nos arredores de Roma, paralisou a plataforma de marcação de vacinação, conforme anunciaram autoridades regionais. Na sequência, todos os sistemas foram desativados, inclusive o portal sanitário. O ataque pode acabar atrasando a vacinação na região.

"Foi uma piratagem muito poderosa, muito séria. Tudo está em pane", disse o diretor regional de Saúde, Alessio d'Amato. A agência de notícias Ansa indica que a polícia e a procuradoria de Roma abriram uma investigação para tentar identificar os autores da invasão.

Passaporte sanitário

O movimento contra a vacinação da Covid cresce na Itália, onde o passaporte sanitário - que atesta uma imunização completa contra o coronavírus ou um teste negativo para a Covid-19 - está em vias de se tornar obrigatório para a realização de uma extensa lista de atividades.

Já é o caso na França, onde, neste sábado (31), os protestos contra o documento reuniram mais de 200 mil pessoas em todo o país, pelo terceiro fim de semana consecutivo. Houve confrontos com a pol?ícia e 72 pessoas foram detidas, das quais mais de um terço em Paris. Três policiais ficaram feridos, conforme um balanço divulgado neste domingo pelo Ministério do Interior francês.

Na Alemanha, protestos contra as restrições

A inconformidade com as restrições geradas pela pandemia também gerou tensão na Alemanha. Centenas de manifestantes foram às ruas de Berlim, desafiando a proibição de protestos, e acabaram entrando em conflito com os policiais que enquadravam o ato.

A polícia declarou que alguns participantes "assediaram e atacaram" as forças de ordem no bairro de Charlottenburg, no oeste da capital alemã, e ignoraram as barreiras instaladas nas ruas.

"Eles tentaram quebrar a barreira policial. Isso conduziu à utilização de gás lacrimogêneo, cassetetes e violências físicas", informou a polícia de Berlim, pelo Twitter. Diversas pessoas foram detidas, mas o número exato ainda não foi divulgado.  

Cerca de 2 mil policiais estavam nas ruas de Berlim para evitar o ato. O protesto foi organizado pelo movimento "Querdenker" ("livres pensadores", em tradução livre), que se impôs na Alemanha como a principal voz crítica às restrições impostas no país para conter a Covid-19. Os participantes, em sua maioria sem máscaras, traziam cartazes dizendo "não à ditadura do corona" e "liberdade", entre outros.

A Justiça havia proibido os protestos neste fim de semana, que deveriam reunir cerca de 22 mil pessoas no domingo, por prever que as regras sanitárias (uso de máscaras e distanciamento social) não seriam respeitadas, num contexto de alta das contaminações pelo avanço da variante Delta no país.

Com informações da AFP e Reuters