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Colômbia acusa governo russo de apoiar militares da Venezuela; Rússia nega

Vista do Monumento à Nação da Venezuela, em Caracas (Venezuela) - Boris Vergara/Efe
Vista do Monumento à Nação da Venezuela, em Caracas (Venezuela) Imagem: Boris Vergara/Efe

Véronique Gaymard

Da RFI*

04/02/2022 17h15

Sem papas na língua, o ministro da Defesa colombiano, Diego Molano, acusou na quinta a Rússia e o Irã de estarem ajudando os soldados venezuelanos que avançariam em direção à sua fronteira.

Citando fontes de inteligência, Molano afirmou que o movimento de militares foi registrado perto da província colombiana de Arauca, região marcada por combates sangrentos pelo controle do tráfico de drogas entre guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) e dissidentes das Farc.

Os conflitos se intensificaram no início de 2022, ao menos 66 pessoas foram mortas em janeiro e mais de 1.200 tiveram de deixar suas casas para fugir da onda de violência, conforme dados da Defensoria de Direitos Humanos. O governo de Duque acusa Nicolás Maduro de fornecer proteção aos grupos rebeldes, o que a Venezuela nega

Rússia rejeita acusações "sem provas"

A Rússia negou a acusação de Molano, que chamou de irresponsável. A embaixada russa em Bogotá expressou sua "perplexidade" com as acusações, sem qualquer prova, e lamentou que o governo colombiano tenha feito repetidas "tentativas de acusar a Federação Russa" de "suposta interferência nos assuntos internos da Colômbia".

No entanto, o presidente Iván Duque afirmou nesta sexta (4) que vai pedir explicações à representação diplomática russa no país "para entender um pouco sobre a assistência militar que está sendo prestada na Venezuela, e o porquê da presença de alguns equipamentos no país".

O cientista político e pesquisador do Instituto Latinoamericano da Academia de Ciências da Rússia, Andréi Piatakov, explica que nos últimos dez anos o apoio russo tem sido essencial para a atualização das armas da Venezuela. Além disso, desde 2019, o governo de Vladimir Putin tem um acordo que lhe permite entrar com submarinos nos portos do país sul-americano.

O especialista, no entanto, não acredita que haja contingente militar russo no território. "Existe no máximo um contingente técnico-militar, formado para assegurar o funcionamento dos equipamentos e das armas fornecidas", afirmou.

Ciberataques em 2021

Esta não é a primeira vez que a Colômbia acusa a Rússia de interferir em questões no país. Em maio de 2021, quando a Colômbia enfrentava um movimento sem precedentes de protestos contra o governo, o país sul-americano afirmou que os ciberataques realizados contra as páginas oficiais estariam ligados à Rússia.

Na ocasião, a embaixada russa expressou surpresa diante de acusações que classificou como "totalmente infundadas".

Com informações da agência AFP