Após reunião, Ucrânia oferece status de neutralidade em troca de segurança e Rússia recua no norte
A Ucrânia ofereceu, nesta terça-feira (29), a adoção de um status de neutralidade em troca de garantias de segurança como parte de um acordo de paz com a Rússia, o que significa que o país não entraria em uma aliança militar, como a OTAN, e não hospedaria bases militares estrangeiras em seu solo. O anúncio, feito pelos negociadores ucranianos após uma nova sessão de discussão na Turquia, coincide com a iniciativa de Moscou de reduzir suas atividades militares perto de Kiev.
Essas propostas, que só entrariam em vigor em caso de cessar-fogo total, também prevêem um período de consulta de 15 anos sobre o status da Crimeia, anexada pela Rússia há oito anos, acrescentaram as autoridades ucranianas durante as negociações de paz.
A Rússia, por sua vez, reduzirá "radicalmente" sua atividade militar no norte da Ucrânia, inclusive perto da capital Kiev, disseram os negociadores de Moscou em Istambul.
"Dado que as negociações sobre a preparação de um acordo sobre a neutralidade e o status não nuclear da Ucrânia se moveram para um campo prático (...) foi tomada a decisão de reduzir radicalmente, várias vezes, a atividade militar nas áreas de Kiev e Chernigiv", disse o vice-ministro da Defesa russo, Alexander Fomin.
O negociador-chefe russo, Vladimir Medinsky, disse que houve uma "discussão significativa" nas negociações e que as propostas ucranianas seriam apresentadas ao presidente russo, Vladimir Putin.
Um negociador ucraniano disse que uma reunião entre o chefe de Estado russo e o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, é possível.
Questão da neutralidade é ponto central
A questão da neutralidade da Ucrânia, um dos pontos centrais das negociações com a Rússia para acabar com o conflito, já vinha sendo "estudada em profundidade", segundo declarações do presidente ucraniano em entrevista no domingo (27).
Uma das cláusulas das negociações diz respeito a "garantias de segurança e neutralidade, o status não-nuclear de nosso Estado", uma exigência de Moscou, declarou o chefe de Estado em entrevista online transmitida pelo canal Telegram da administração presidencial ucraniana.
"Estamos prontos para aceitá-la", continuou Zelensky. "Este ponto das negociações (...) está em discussão, é estudado a fundo", assegurou. "Mas não quero que seja mais um papel do estilo memorando de Budapeste", acrescentou o presidente, referindo-se aos acordos assinados pela Rússia em 1994 garantindo a integridade e a segurança de três ex-repúblicas soviéticas, incluindo a Ucrânia, em troca da renúncia de armas nucleares herdadas da URSS.
(Com Reuters e AFP)
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